LOUVEIRA: Vereadores do prefeito são vaiados em mais uma sessão
A 18ª sessão ordinária, realizada ontem, terça-feira, 24, mostrou que realmente está instalado um clima de guerra na Câmara de LOUVEIRA entre a oposição (leia-se Marquinhos do leite (PTB), Rodrigão (PSD), Leandro Lourençon (PSDB) e a situação que apoia o prefeito Júnior Finamore (PTB): Clodoaldo Martins (PPS), Nilson Cruz (PSD), Caetano (PTB), Laércio Neris (PTB), Priscila Finamore (PRB), Tico da Colina (PRB) e Tico da Colina (PRB). Estes últimos, que são a ‘tropa de choque’ do prefeito Junior Finamore, foram mais uma vez vaiados pela população em seus discursos.
O plenário lotou de louveirenses revoltados com a lista elaborada pela Fundação Municipal de Habitação de LOUVEIRA (Fumhab), que exigem a imediata revisão da lista por causa da exclusão de pessoas que realmente precisam de casa própria e por terem sido incluídas outras que já possuem casa própria, que não moram na cidade, que já morreram, que trabalharam há cem anos atrás, nomes duplicados, e que supostamente são amigos, cabos eleitorais e eleitores do prefeito Finamore.
Estavam presentes também os organizadores do grupo ‘Movimento Rumo à Nossa Habitação’ que coletaram em tempo recorde, cerca de 4 mil assinaturas em um abaixo-assinado que percorreu toda a cidade, e que já foi enviado ao Ministério Público com o pedido de reavaliação da lista e a correção de centenas de erros que constam na mesma. Segundo Paula Cristina, uma das integrantes da Comissão dos Excluídos, até o momento a Prefeitura não manifestou nenhum interesse, ao contrário do foi divulgado nas mídias sociais, em fazer a revisão da lista da Fumhab. “Foi uma luta percorrer a cidade para coletar assinaturas, mas o descontentamento e o arrependimento do povo é tão grande com esse prefeito, que algumas pessoas até perguntavam se era a lista do ‘impeachment’ do Junior Finamore“, contou Paula.
POLITICAGEM
O presidente Marquinhos do Leite, iniciou sua fala afirmando que sempre pregou a paz, que trabalha em prol da paz porque a desunião não leva a lugar nenhum, e reclamou da insistência em incluir o nome de sua esposa na malfadada lista, haja vista que a inscrição foi feita há muito tempo atrás quando realmente o casal precisava de uma casa própria, o que só foi adquirido recentemente. “Tive que dormir na porta da Prefeitura para poder me inscrever. Realmente, nós não tínhamos casa própria, por isso fizemos a inscrição várias vezes, mas nunca tivemos êxito. Não tenho vergonha de dizer que não tinha casa, sou nordestino, de Alagoas, posso até falar errado, mas nunca me viram fazendo algo para prejudicar alguém. Então, eles estão mantendo o nome de minha esposa apenas para nos constranger, para me prejudicar querendo me jogar contra o povo, que não vai se deixar enganar por esse tipo de politicagem. Por que não retiram o nome dela, se a inscrição foi há muito tempo? Porque não passa de politicagem. Eles (o prefeito e seus assessores) fizeram de propósito porque perderam o crédito com a população”, desabafou Marquinhos do Leite.
SÓ ERROS
Foi então que o vereador Caetano perguntou a data em que a inscrição feita pela esposa do presidente foi realizada, sendo rebatido por Marquinhos que disse não conhecer a data, mas o vereador Caetano puxou um papel onde leu uma suposta data, mas foi interrompido pelo presidente Marquinhos. “Como você pode me apresentar uma data se tudo que envolve a lista de inscrição da Prefeitura está cheio de erros? Está tudo errado, essa data está errada também, tem gente lá que já morreu, que trabalha há mais de cem anos, gente que tem casa e propriedade, então, não dá para acreditar em nada desse governo que só comete erros, um atrás do outro. Realmente, sinto vergonha de ter um dia apoiado esse governo”, admite Marquinhos do Leite.
SEM DECLARAR
O vereador também acusou o seu colega Clodoaldo Martins de ter postado nas redes sociais que o presidente da Casa de Leis paga as pessoas para irem aplaudir Marquinhos do Leite e vaiar a base do prefeito. Mas Clodoaldo se defendeu dizendo que hoje nas redes sociais se posta qualquer coisa, sem provas. Mas criticou o presidente Marquinhos por ter declarado que não possui bens no seu nome. Marquinhos explicou que por não ter documento, escritura, não pode declarar, e por esse motivo não declarou bens nem na primeira eleição e nem na segunda.
BARRAR AS INVESTIGAÇÕES
O vereador Nildo do Redenção (PPS) se queixou da paralisação da Cei das Creches e da Cei das desapropriações. “A Cei das Creches não impede de contratar serviços, de inscrever pessoas, mas tinha uma lista de espera de duas pessoas, e de repente, de um dia para outro, aparecem 50 pessoas na lista. Isto demonstra claramente que estão tentando barrar a CEI das Creches, assim como a CEI das Desapropriações, que está parada há meses sem motivo algum, querem acabar com as investigações, mas eu não vou permitir, vou levar até o fim. Vou fazer o relatório sozinho, se for preciso. Estão fazendo de conta que estão investigando. O prefeito chamou para conversar com os vereadores para barrar as CEI”, garante o vereador Nildo.
Em resposta, o presidente da CEI das Desapropriações, vereador Nilson Cruz, respondeu que pediu a contratação de um perito para fazer a avaliação das desapropriações, mas até o momento ninguém foi contratado. O presidente falou que que o perito está sendo contratado, mas precisa seguir o protocolo da Câmara para contratações. Nilson também questionou o presidente por ter ido ao Ministério Público sem convidar os colegas vereadores bancando o herói, mas Marquinhos rebateu dizendo que não tinha motivo algum para convidar Nilson Cruz. O vereador Nilson também discursou em favor da paz entre os vereadores, mesmo assim continuou com os ataques e votou contra os projetos de Marquinhos.
DINHEIRO DESPERDIÇADO
Para rebater as críticas de que não tem dinheiro para construir mais casas populares, Marquinhos do Leite apresentou um vídeo no qual mostra as obras inacabadas da Santa Casa, do Teatro, da Fábrica de Suco, entre outras, além da pintura do teto do CEIL que era azul, era nova, mas está sendo repintada de verde, para ficar a cor da atual administração. “Tudo isso é luxo do prefeito, dinheiro desperdiçado e que poderia ser usado para construir mil, duas mil casas populares para dar moradia aos que realmente precisam”, apontou Marquinhos, que foi aplaudido pelo público.
RETALIAÇÃO A MARQUINHOS
Mas o que se viu durante a ordem do dia, quando foi votado o Projeto de Resolução nº 13/2017 de autoria da Mesa Diretora, que autoriza a Câmara de LOUVEIRA a filiar a Escola do Legislativo ‘Comendador Walter Mazzali à Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas – ABEL, em razão do excelente trabalho que a Escola do Legislativo de LOUVEIRA tem realizado em prol dos funcionários e da população louveirense, foi mais uma vez imperar o clima de guerra entre os vereadores, supostamente retaliando o presidente Marquinhos do Leite, ao não aprovarem o referido projeto, que foi derrotado por oito votos contrário e apenas quatro a favor. O Projeto de Resolução permitia a Escola do Legislativo Comendador Walter Mazzali fazer parte da Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas (Abel). O valor da associação era de R$ 1.500 anuais, ou seja, R$ 125 por mês. Na justificativa, os vereadores contrários disseram que o presidente da Casa não precisa se associar à Abel porque tem autonomia para contratar os cursos que quiser. Por sua vez, o presidente Marquinhos do Leite (PTB) justificou que o valor de associação era muito pequeno e que, entre as vantagens, permitiria trazer cursos gratuitos para o benefício da cidade. Foram 8 votos contrários e 4 votos favoráveis.
O projeto de associação era único na pauta e seguia orientação do Tribunal de Contas do Estado para que fosse levado a plenário. Mas não houve acordo. O primeiro vereador a justificar seu voto foi Nilson Cruz (PSD), dizendo que pediu vistas ao projeto e ficou com ele dois dias no gabinete. Nilson disse que entendeu que o projeto traria um custo para a Câmara de R$ 1.500 por mês. O vereador Nilson justificou seu voto contrário afirmando que o presidente tem autonomia de contratar cursos. “Não há necessidade hoje de ficar justificando um custo de mais de R$ 1.500, até porque o presidente já tem a prerrogativa de contratar os cursos que ele achar que devem ser necessários para essa Casa”, afirmou. Mais tarde, Marquinhos, em seu discurso mostrou que Nilson gastou mais de R$ 130 mil em cursos. “O Nilson fala em economia, mas construiu esse estacionamento que custou R$ 20 milhões e na época em que era presidente, gastou R$ 65 mil por ano em cursos, ou seja R$ 130 mil. Eu vou investir apenas R$ 1.500, e ele reclama. Alguma coisa está errada com estes vereadores do prefeito“, rebateu Marquinhos do Leite.
DIA DOS PROFESSORES
Por outro lado os vereadores tiveram o bom senso de aprovar por unanimidade a Moção de Aplausos ao Dia dos Professores, comemorado no Brasil anualmente em 15 de outubro, de autoria do vereador Rodrigão. Esta data foi oficializada nacionalmente como feriado escolar através do Decreto Federal nº 52.682, de 14 de outubro de 1963.
O Decreto define a razão do feriado: “Para comemorar condignamente o Dia dos Professores, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias“. A comemoração começou em São Paulo, onde quatro professores tiveram a ideia de organizar um dia de parada para comemorar esta data, e também traçar novos rumos para o próximo ano.
INDICAÇÕES
Entre as indicações apresentadas na 18ª sessão ordinária, destaque para a de autoria do vereador Luiz Carlos Rosa que solicita ao prefeito Júnior Finamore a criação de um Disque Denúncia para combater o abuso e a exploração sexual contra crianças e adolescentes. Já a vereadora Priscilla Finamore solicitou a construção ou aquisição de um ”ossuário no Cemitério Municipal. Já Marquinhos do Leite solicitou o envio por parte da Prefeitura para a Câmara Municipal de um projeto no qual dispõe sobre a criação do Centro de cuidados diurnos para idosos em LOUVEIRA.