LOUVEIRA: Vereadores ‘fuzilam’ diretor da FUMHAB com perguntas, pois não revela data de entrega das casas populares
Descontentes com as inverdades da Administração Junior Finamore (PTB), a base da oposição na Câmara de LOUVEIRA convocou o superintendente (diretor) da FUMHAB (Fundação Municipal de Habitação), Nelson Ormenese, para esclarecer, nesta noite de segunda-feira (14), sobre a demora na entrega do único loteamento popular construído pela Administração Finamore, com apenas 191 casas populares. O terreno havia siso comprado ainda na Administração do finado prefeito Dr. Eleutério Malerba, e demorou cinco anos para ficar pronta. Com rosto despreocupado e mascando chiclete (uma falta de respeito com a população presente), em seu discurso inicial Nelson quis deixar claro que a data de dia 30 de setembro, divulgada na imprensa, significa que as casas estarão prontas até este período, “mas não é a data de sorteio”, frisou. Por quase 20 minutos ele explicou como foram feitas as casas, desde a terraplenagem até o acabamento das moradias. Depois, aberta a fase de perguntas, a maioria dos vereadores, ‘fuzilaram’ Nelson com dezenas de questionamentos, e quase todos eles foram respondidos de forma técnica e evasiva, sem muitos esclarecimentos.
O vereador Agostinho Tardivelli (PSDB), por exemplo, salientou para o superintendente que há boatos de que pessoas que já possuem casas estão inscritas para sorteio, como já aconteceu em outras Administrações. Neste caso, Nelson contou que haverão investigações, mas não explicou direito como serão feitas. “Nós vamos investigar todos que forem contemplados, antes da entrega das chaves. Vamos colocar fiscais em cima de cada um para que não sejam contempladas pessoas que já tenham propriedades“, afirmou Nelson Ormenese. Já o vereador Caetano esclareceu que o dinheiro de R$ 1 milhão e 500 mil, que será destinado à mais para o término das casas, já está disponível na FUMHAB, e que provem do dinheiro do pagamento das casas populares do Vassoural, porém, necessita da liberação da votação da Câmara. Perguntado várias vezes, pelos vereadores, sobre quando irá acontecer a entrega do loteamento popular, Nelson se esquivou de cada uma e disse que tem certeza apenas de que será este ano. “Se tudo correr bem na finalização das obras, até o fim do ano, haverá o sorteio das casas“, limitou-se a falar.
O superintendente ainda expôs que outras áreas estão sendo especuladas para novos projetos habitacionais, apesar que a promessa do prefeito, em seu primeiro mandato, era entregar 1 mil casas, e só vai conseguir deixar as 191 casas.
O presidente da Câmara de LOUVEIRA, vereador Marquinhos do Leite (PTB), foi mais crítico e declarou que Administração Junior está “enrolando” a população carente há cinco anos e ainda chamou o superintendente de “mentiroso”. “O senhor Nelson veio treinado pelo prefeito para mentir. Veio com respostas prontas e decoradas. O prefeito mente, e ele vem aqui e mente também. Em cinco anos não entregaram nada. Esses novos projetos habitacionais que o prefeito vem falando aí, são mentiras, pois depende de verba federal e isso vai demorar dez anos, pois o todos projetos de ‘Minha Casa Minha Vida’ estão atrasados em dois anos. Essas casas populares no Bairro Santo Antônio estão prontas, e foram feitas com o dinheiro da Prefeitura, com o dinheiro do povo de LOUVEIRA (sem verba estadual ou federal) e vocês estão ainda inventado critérios. Mas isso é uma bagunça. A Prefeitura vai investigar depois do sorteio. Tem é que investigar antes, um pente fino nestes inscritos, para que ganhe quem realmente necessita. E vou repetir o que tenho falado. Eu nunca vi uma casa popular custar tão cara assim. Já se foram mais de R$ 20 milhões em apenas 191 casas. Deve ter ouro debaixo destas casas. Uma casa popular costuma custar aos cofres públicos cerca de R$ 40 mil à R$ 60 mil. E essas já custaram R$ 104 mil. Um absurdo! Em se tratando de casas populares, estão um pouco caras, não acham? Mas não satisfeito, o prefeito Junior pediu mais R$ 1 milhão e meio para complementar o serviço das obras das casas populares, de modo que finalmente (um dia), possam ser entregues. Essas vão ser as casas populares mais demoradas para ser entregues, e as mais caras do Estado de São Paulo. É uma enrolação com o povo carente que paga aluguel e sofre demais! Senhor secretário (superintendente) o senhor ganha quase R$ 16 mil de salário. Trate de trabalhar mais rápido e entregar essas habitações”, desabafou Marquinhos, sendo aplaudido inúmeras vezes pelos mais de 500 presentes no plenário da Câmara.
O vereador Luiz Rosa (PTB) apontou que o projeto das casas populares foi enviado com erros para a Câmara e que deve ser regularizado. “Os vereadores não podem ser culpados pelo erro da Prefeitura. Estamos aqui para cobrar a entrega imediata das casas. Outra coisa: Se a construtora vai entregar dia 30 de setembro, porque a FUMHAB não entrega logo após isso? Porque não utiliza dos critérios de sorteio já existentes? Nunca temos informações corretas da Prefeitura e da Fundação, não temos documentos suficientes para analisar. Não tem transparência em nada sobre as casas. Preciso de informações de como serão entregues as casas e qual o custo real delas. Eu entendo que o sorteio pode ser antecipado já que a construtora vai entregar dia 30, cada habitação em perfeitas condições para se morar. Não entendo pra que tanto sofrimento para se entregar estas casas“, reclamou Luiz.
O vereador Nilson Cruz (PSD) também criticou a demora e mostrou que a FUMHAB trocou três vezes de responsável, e que isso também atrasou os projetos. “O senhor Nelson está aí há dois anos, depois de dois secretários, e agora vem dizer que não teve tempo de estudar critérios para sorteio, e querem fazer agora a toque de caixa? Isso é um descaso com o povo. Só vi propaganda mentirosa sobre casas populares neste Governo. De 1 mil casas, nem as 191 conseguem entregar. Como ficam as 4 mil famílias inscritas agora, sendo que só 191 estão aí para serem sorteadas? Aliás, outra propaganda enganosa. Falaram que iam entregar 16 apartamentos no Parque dos Estados, agora reduziu para 10. Só mentira!“, acusou Nilson.
“Você me desculpe, mas o senhor e o seu prefeito não tem respeitado o povo. Cinco anos se passaram, e vocês ainda não fizeram os critérios para sorteio, não terminam as obras e agora vem aqui na Câmara pedir mais dinheiro. Já se foram R$ 23 milhões, num empreendimento que foi orçado em R$ 11 milhões no começo, ou seja, custou o dobro, e agora querem mais dinheiro para asfalto e para alambrado. Se a Câmara liberar isso, vocês entregam a casas?“, indagou o vereador Rodrigão Veronezi (PSD).
Nelson Ormenese, mais uma vez, disse que as casas serão entregues até o fim do ano, mas não definiu data. “O senhor Nelson fala e fala, mas no fim só tá enrolando a gente“, criticou. Por fim, depois de tantas perguntas, e quase todas sem respostas absolutas, o diretor superintendente agradeceu aos vereadores e deixou a sessão, sob gritos e protestos da população, que até agora, não sabe quando terão sua casa própria.