VALINHOS: A polêmica da Fonte Sônia. Megaprojeto e condomínio x Insatisfação Popular
Aumenta entre a população de VALINHOS a polêmica em torno do megaprojeto de revitalização da fazenda Fonte Sônia. De um lado estão os empresários responsáveis que alegam trazer para o município melhoras para o meio ambiente, notadamente a questão dos recursos hídricos, de outro lado parte da população que tem se manifestado através das redes sociais como contrária ao empreendimento, e do outro lado, parte do legislativo, a exemplo do vereador Henrique Conti (PV), que tem criticado duramente a forma como o processo de discussão do projeto está sendo conduzido.
O empreendimento
Ocupando uma área de 2,5 milhões de metros quadrados, a Fonte Sônia em VALINHOS, bem maior que a Fazenda Cachoeira em VINHEDO, ganhará projeto de R$ 250 milhões para abrigar Condomínio de Luxo, Parque Municipal, Escola bilingue, Mall (shopping), e viveiro de mudas. Além disso, o tradicional hotel que existe no local será ampliado de 40 para 200 quartos. O megaprojeto prevê também a recuperação dos casarões, das capelas e do Cristo que existem na antiga fazenda.
ÁGUA POR 30 ANOS
Para o diretor comercial da Leste Real Estate, responsável pelo megaprojeto, “o empreendimento a ser construído é de natureza sustentável no sentido de conciliar inovação com preservação. Entre as contrapartidas anunciadas está a duplicação da adutora existente no Rio Atibaia, o que deixará VALINHOS sem problemas de abastecimento de água por no mínimo 30 anos. E serão criados de forma direta e indireta mais de 6 mil empregos”, avalia.
QUINTA DAS ÁGUAS
Só o condomínio Quinta das Águas ocupará uma área de 700 mil metros quadrados e os lotes serão de 500 a 1.200 metros quadrados. Mas todos os lotes terão pelo menos um reservatório de água e cada lote deverá ser 50% permeável, com cobertura verde. Segundo a empresa o megaprojeto levará dez anos para ser implantado, e já no segundo semestre de 2017 as obras terão início logo após a aprovação da mudança de zoneamento junto com a aprovação do mega projeto e do EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental).
200 MIL MUDAS
Assim como a Fazenda Cachoeira em VINHEDO, a Fonte Sônia contribui muito pouco, no caso da fazenda símbolo de VALINHOS, com apenas 1,5% para a produção de água no município. A empresa informa que, mesmo assim, o megaprojeto prevê a preservação de todos os mananciais e fontes, além de ampliar a cobertura verde com o plantio de 200 mil mudas de árvores de várias espécies, contribuindo ainda mais para a preservação meio ambiente.
Reunião do CMMA sobre Fonte Sônia foi de estudos
Na reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente de VALINHOS, realizada quarta-feira, às 18h, na Prefeitura Municipal, não teve um caráter deliberativo, sendo mais para estudos e encaminhamentos sobre o megaprojeto que envolve a tradicional fazenda Fonte Sônia, que deverá ser revitalizada através de diversos empreendimentos.
VISITA TÉCNICA
Com a presença de onze, dos doze conselheiros titulares, e um público em torno de cem pessoas, o debate entre os conselheiros foi coordenado pelo seu presidente, o secretário Municipal de Administração de VALINHOS, Edson Valêncio. Conforme declarou à reportagem da FOLHA NOTÍCIAS, o secretário Edson informou que a reunião dos conselheiros foi mais de estudos e sugestões, e girou em torno da necessidade de o CMMA fazer uma visita técnica ao local, uma área de 2,5 milhões de metros quadrados, em companhia com o pessoal da empresa responsável pelo projeto.
“Vamos encaminhar o projeto também às áreas técnicas da Prefeitura e para os vereadores. Assim que os conselheiros se julgarem aptos para definir qual é a posição do CMMA sobre a propositura, então marcaremos uma audiência pública onde a população poderá interagir, e não apenas ouvir, ao contrário da reunião de hoje, que tem a fala restrita aos conselheiros” [ Edson Valência ]
MUDANÇA DE MACROZONA
Aprovado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano (CMDU) de VALINHOS, o megaprojeto necessita também da aprovação por parte do CMMA. Caso seja aprovado nesse órgão serão realizadas duas audiências públicas para que a população também possa participar do debate sobre o projeto. Se aprovado nessa instância o projeto seguirá para a Câmara Municipal onde será acatado ou rejeitado. No caso de aprovação os vereadores decidirão sobre a mudança de macrozona da região, de rural turístico para urbana.
