VALINHOS: Atlas detalhado expõe abismos sociais dentro dos municípios
Na quarta-feira, a mais recente edição do Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil divulgou dados mais detalhados das cidades que integram mais quatro regiões metropolitanas do país, além das 16 que já tinham essas informações divulgadas, revelando o índice de desenvolvimento em vários quesitos, como educação, evolução social, vulnerabilidade, entre outros, de vários bairros e regiões urbanos. Dos 19 municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC), VINHEDO, por exemplo, foi separada em dez áreas, das quais nove delas entraram na classificação de ‘alto’ ou ‘muito alto’ grau de desenvolvimento humano, sendo que a cidade está classificada como a segunda mais desenvolvida da região. Já em VALINHOS, as 19 regiões homogêneas definidas do ponto de vista socioeconômico ficaram situadas na classificação de ‘alto’ e ‘muito alto’ grau de desenvolvimento. Porém, VALINHOS, a primeira no rankink da RMC, perde ‘altura’ quando o tema é educação na comparação entre a área mais rica e a mais pobre do município.
Na região de Bom Retiro ETA Rigesa da cidade valinhense, por exemplo, o índice despenca para 0,668, classificado como ‘médio’, quando o assunto é nível educacional. O índice também é o mesmo para as Chácaras Alpinas/São Bento do Recreio: Rod. D. Pedro I/ Estrada Valinhos-Itatiba/Antiga Pedreira/ Espírito Santo/ Palmares I e II/Parque das Figueiras, Sesi 389, Vale Formoso/Morro das Pedras/Capivari/Macuco/Reforma Agrária: Eaton. Na sequência, Jurema/Jardim São Marcos/Jardim São Luiz/Samambaia, Santa Escolástica: Cemitério Municipal, com a taxa de 0,693. Na outra ponta, a excelência da educação fica na região do Condomínio Moinho de Vento (0,883), e ainda em Ortizes/ Dois Córregos/ Joapiranga/ Vale do Itamaracá/ Paiquerê/ Santo Antônio/ Apaga Fogo e Clube de Campo Valinhos, com a taxa de 0,870. É aí que fica visível a desigualdade social, assim como no quesito renda, em que o Condomínio Moinho de Vento apresenta um índice de 0,883, enquanto o Bom Retiro I: ETA Rigesa, 0,637. Uma disparidade.
“É importante ressaltar que o IDH analisa o período de 2001 a 2010 e a realidade de VALINHOS mudou, especialmente desde 2013 até hoje. As escolas rurais evoluíram muito no desempenho escolar, durante os últimos dois anos e os resultados são significativos. Valinhos é a 1ª cidade em IDHM entre os 19 municípios da RMC. Também subimos entre 2010 a 2012, 73 posições no Índice Paulista de Responsabilidade Social, sendo a 17ª melhor nível de educação do Estado. Apesar desses índices satisfatórios, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação, continua buscando a excelência com a adoção de equipamentos públicos que tragam as mesmas condições de desenvolvimento nas unidades escolares”, afirma o prefeito de VALINHOS, Clayton Machado (PSDB). De acordo com a Administração valinhense, todas as escolas foram dotadas de laboratórios de informática com cursos de inclusão digital. Além disso, o Portal da Educação atende a todos os pais de alunos da rede municipal; 16 escolas passam por reformas simultaneamente, sendo que até 2016 todas elas serão revitalizadas; entre outras ações.
No Orçamento Municipal para 2016, a verba destinada para a educação em VALINHOS será de mais de R$ 111 milhões, o que representa 27,88% das receitas, percentual que vai além do exigido na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Porém, o desempenho desigual dentro do território na área da educação não é ‘privilégio’ apenas de VALINHOS, ele é comum às principais cidades da (RMC). Campinas apresenta a pior taxa no geral em educaçao, perdendo para Americana, Indaiatuba, VALINHOS e VINHEDO, e com o mesmo índice de Santa Bárbara d’Oeste.
A cidade vinhedense também reflete o tamanho das desigualdades sociais em seu território. O raio-x de regiões formadas por condomínios de alto padrão, como o São Joaquim e Marambaia, estão classificados como de ‘muito alto’ desenvolvimento. Nessas localidades privilegiadas, a renda per capita mensal em 2010 era de R$ 4.470,74, com 64,3% da população com ensino superior completo e uma expectativa de vida de 81,7 anos. Na outra ponta, Casa Verde, que segundo o Atlas ficou na classificação de ‘médio’ desenvolvimento, aparece com renda per capita de apenas R$ 401,13, 1,5% pessoas como um curso superior completo e 70,1 anos de expectativa de vida.
“Os dados do IDHM, focado em regiões, só confirmam o que já foi divulgado em 2013, referente ao ano de 2010. Que Vinhedo evoluiu, e muito, de 2000 a 2010, anos das publicações, e se consolida como cidade sinônimo de qualidade de vida no Brasil. É claro que sempre há o que se melhorar, até porque buscamos nos tornar melhor cidade do Brasil em qualidade de vida. E essa meta não é por conta de números, mas sim pelos benefícios que estão por trás desses números, os seres humanos, para quem trabalhamos diariamente para alcançar mais e mais benefícios sociais. Ao avaliar os dados e observar que Vinhedo é a melhor cidade da RMC em longevidade, ou seja, com o mais alto índice de expectativa de vida, é comprovar porque o município é tido como sinônimo de qualidade de vida. E isso, região por região, também se comprova pelo mais baixo índice de pobreza e vulnerabilidade social. Enquanto gestores públicos, temos o dever e a missão de criar políticas públicas totalmente focados no social que possam melhorar, constantemente, o dia a dia do cidadão”, rebate o prefeito de VINHEDO, Jaime Cruz (PV).
RAIO-X
Os dados são de 2010, o mais recente analisado e divulgado em forma de Atlas pela Fundação João Pinheiro, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o objetivo do estudo, com base no Censo 2010 elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é apontar as diferenças sociais, educacionais e econômicas dentro dos municípios.
CÁLCULO
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é calculado pela média geométrica de três índices: Renda, Educação e Longevidade, com pesos iguais, e vai de 0 a 1: sendo que quanto mais próximo do zero, pior o desenvolvimento e mais próximo de 1, melhor. A localidade com o melhor taxa de IDHM na RMC é VALINHOS (0,819), que ocupa o 13º lugar no ranking nacional. Na sequência vem VINHEDO (0,817), Campinas (0,811) e Holambra (0,805). Entre os piores da região, Santo Antonio de Posse sai na rabeira, com 0,702, depois vem Morungaba (0,715) e Monte Mor (0,733). Apesar disso, no geral, a RMC é uma das mais ricas do país, embora ainda seja necessário caminhar muito para reduzir o abismo das desigualdades sociais. LOUVEIRA não aparece neste estudo pois pertence ao Aglomerado Urbano de Jundiaí.