VALINHOS: Discussão sobre desassoreamento do CLT polariza sessão da Câmara

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Tudo caminhava para que a sessão da última terça-feira, 11, na Câmara de Vereadores de VALINHOS, fosse rápida e calma. Porém, um requerimento sobre a demora em realizar o desassoreamento na lagoa do Centro de Lazer do Trabalhador mais uma vez trouxe à tona a polarização pela qual passa a política valinhense. Mais de meia hora foi dedicada ao tema.
Outra polêmica debatida foi o aumento no valor da Zona Azul cobrada para que os motoristas possam estacionar no Centro da cidade. Além disso, quatro projetos de lei tiveram seu veto mantido pelos edis.
Desassoreamento do CLT
Na tentativa de aumentar a capacidade de reservar água para VALINHOS, o vereador Tunico (PMDB) fez um requerimento pedindo informações sobre um possível desassoreamento da lagoa do Centro de Lazer do Trabalhador. “No ano passado tive uma informação informal de que ainda em 2014 a obra seria realizada, mas até agora nada aconteceu”, afirmou o edil.
Henrique Conti (PV) usou a tribuna e disse que a licença ambiental para realizar o serviço saiu em fevereiro, mas que o custo para retirar o lodo do fundo da lagoa e transportar o material para outro local é elevado. “A arrecadação do DAEV também caiu nos últimos meses em razão do racionamento, o que dificulta ainda mais o início das obras”, disse. O vereador Rodrigo Fagnani “Popó” (PSDB) informou que o custo estimado do serviço é de R$ 3 milhões e que a Prefeitura já intercedeu junto ao Governo do Estado para conseguir os recursos.
Já Dinho (PCdoB) e dr. Moysés Abujadi (PSD) falaram das ações e dos investimentos feitos pelo DAEV nos últimos meses. “O DAEV se antecipou à crise hídrica. Se todos os prefeitos tivessem feito o rodízio no abastecimento no momento certo, a situação não ficaria tão crítica”, destacou o vereador Dinho.
Para o vereador Israel Scupenaro (PMDB), os investimentos devem ser feitos em todas as áreas. “Não adianta só investir em captação e tratamento. É preciso ter lugar para armazenar”, afirmou.
Zona Azul
O decreto publicado pelo prefeito Clayton Machado que informa sobre o reajuste na cobrança de Zona Azul em VALINHOS também foi tema debatido. Pelo menos três vereadores que usaram a tribuna criticaram as mudanças que serão feitas. Os vereadores Giba (PDT), Tunico (PMDB) e Israel Scupenaro (PMDB) disseram que receberam reclamações de moradores que não concordam com a ampliação no número de ruas que terão estacionamento regulamentado e com o aumento no valor cobrado, que poderá ser de R$ 1,60 ou R$ 3 por hora, dependendo do local estacionado.
O vereador Giba classificou as mudanças como abusivas e lembrou que votou contra o projeto que autorizava a concessão das áreas de estacionamento para a iniciativa privada, em abril, na Câmara. “Fui contrário à concessão porque acredito que somente trará ônus e pouco acrescentará aos cofres do município”, discursou. Tunico (PMDB) se mostrou pessimista quanto aos novos valores. “Quando houver licitação (para a iniciativa privada), acredito que o preço vá subir ainda mais”, afirmou. Israel Scupenaro (PMDB) disse que as mudanças preocupam os moradores e também os comerciantes. “A população está descontente”, resumiu. Dr. Moysés Abujadi (PSD), por sua vez, também discutiu o assunto e frisou que a cidade tem um custo. “Se não tiver parcerias e participações da iniciativa privada, nós vamos quebrar (…). Nosso Governo Federal, por exemplo, abriu licitações, terceirizou, que é o que vai salvar o País”, afirmou.
Vetos mantidos
Das propostas que deixaram de tramitar, três são de autoria do vereador Lorival Messias (PROS): a que pretendia isentar idosos e pessoas com deficiência do pagamento da Zona Azul, a que priorizava vagas em creches para filhos de mulheres vítimas de violência doméstica e a que reservava tempo na tribuna da Câmara para os líderes de partidos. Também teve parecer contrário o projeto do vereador Edson Batista (PSDB), que obrigava os condomínios a fixar cartazes com os nomes dos síndicos.
Ainda na sessão foi lido o parecer do Departamento Jurídico da Casa a respeito da votação do veto ao projeto que propunha a divulgação de lista com os pacientes que aguardam por consultas médicas na rede pública de Valinhos. O Jurídico afirmou que o veto do prefeito Clayton Machado (PSDB) ao projeto foi mantido por 8 votos a 7 e que para a derrubada do veto eram necessários 9 votos, ou seja, a maioria absoluta dos membros da Câmara, conforme determina o Regimento Interno. Na sessão da última terça-feira, 4, não houve consenso quanto ao resultado da votação e, por isso, foi solicitado parecer.

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