VALINHOS: Em sessão agitada, Dinho é oficializado líder de bancada do governo
Quem acompanhou a sessão da Câmara de Vereadores de VALINHOS na noite de terça-feira, 3, pôde sentir que as cobranças da oposição continuam e que cada um tenta defender o prefeito como pode. Mas, pelo jeito, quem mais se empenhou na defesa foi o vereador Dinho (PC do B), que foi oficializado como líder de bancada da administração de Clayton Machado (PSDB). Por mais inusitada que possa parecer a aliança, o trabalho tem sido árduo, e ninguém pode negar que o parlamentar do partido do comunismo é o maior defensor do Executivo na Casa de Leis valinhense. O que não se pode prever é o efeito que tal apoio pode ter na carreira política de Dinho junto ao seu eleitorado.
Além desse assunto, o não atendimento das indicações, a cesta básica para funcionários da Câmara e a crise financeira também foram assuntos da sessão.
INDICAÇÕES NÃO ATENDIDAS
O vereador Tunico (PMDB) há tempos vem falando que suas indicações não são atendidas pelo Executivo. Na noite de terça-feira não foi diferente. Segundo seu relato, havia meses ele tinha solicitado, através de uma indicação, que fosse feita a destoca próximo a casa de uma moradora da cidade. O pedido não tinha sido atendido até então. Porém, a moradora resolveu recorrer a outro vereador, esse, sim, da base aliada. E os ‘tocos’ foram retirados. “Eu fiz uma indicação, há sete meses atrás, e não fui atendido. Hoje, fiquei sabendo que o munícipe procurou outro vereador, da base do prefeito, e foi atendido na hora. Mais uma vez foi confirmado que alguns vereadores não são atendidos”, lamentou Tunico.
Quando o novo líder de governo fez uso do microfone, fez questão de deixar claro o oposto daquilo dito por Tunico. “Quero deixar uma mensagem como líder de governo: quando se fala em oposição e situação, isso é no âmbito político e apartidariamente. Isso porque o prefeito em nenhum momento considera oposição qualquer vereador da Câmara. Deixando, dessa forma, o Gabinete dele aberto a todos”, garantiu.
CESTA BÁSICA PARA FUNCIONÁRIOS
No final de seu mandato como presidente da Câmara de VALINHOS, o vereador Lorival (PROS) havia realizado uma licitação para que os funcionários da Casa tivessem direito a receber cestas básicas. Segundo ele afirmou, antes de sair da mesa diretora, teria deixado reservada a verba dos dois primeiros meses de 2015 para o pagamento do benefício. Porém, o mesmo não estava sendo pago. Diante da situação fez um requerimento pedindo explicações sobre o motivo do não pagamento.
Para sua surpresa, ainda segundo ele, o Boletim Oficial divulgou que a licitação fora anulada. Na sessão de terça-feira, então, fez uso da tribuna para questionar o presidente da Câmara sobre o que aconteceu. Toloi (PDT) argumentou que “essa administração não pretende fazer qualquer tipo de discriminação com os funcionários que aqui trabalham. O contrato que o senhor fez não está de acordo com as nossas intenções. Além disso, o valor para que todos recebessem ultrapassaria os 25% permitidos pela Lei. Por isso, estamos refazendo para melhorar”.
Lorival, então, pediu um à parte na fala do presidente, que negou. “É antidemocrático não dar o à parte para eu falar”, lamentou o vereador. Iniciou-se uma discussão em que o edil disse ter ouvido o presidente chamá-lo de ‘você’. “Você, não! O senhor, como presidente, não pode tratar vereador nenhum como ‘você’. Não admito ser chamado de ‘você’. É ‘senhor vereador’, irritou-se Lorival.
CRISE ECONÔMICA ATINGE VALINHOS
Alertando sobre a forte crise que se abaterá sobre o país, o vereador Moysés Abujadi (PSD) fez uso da tribuna. “Nós vivemos um momento muito delicado no Brasil. Nós tivemos uma experiência de esquerda. O Brasil precisava passar por uma filosofia política de esquerda. É muito bom dar as coisas aos pobres. Mas, nossos governantes esqueceram de quem vai pagar essa conta. O nosso buraco, hoje, é grande. O Governo Federal está segurando o Orçamento, pois não tem dinheiro. Os Governos Municipais também. Não adianta fazer crítica aqui no plenário. Não adianta querer que corte o mato, não. Vai cortar o mato devagar. Não tem dinheiro pra pagar o corte de mato da cidade inteira”, revelou Moysés. Será que essa é a explicação que os cidadãos de VALINHOS esperavam pela selva que toma conta da cidade?
VETOS MANTIDOS
A Câmara manteve dois vetos do prefeito Clayton Machado (PSDB) a Projetos de Lei aprovados pelos vereadores nos últimos meses. Os projetos tratam do recolhimento obrigatório das fezes de animais deixadas nas ruas e da prorrogação do prazo para regularização de imóveis. Os textos vetados são de autoria dos vereadores Dr. Orestes Previtale (Solidariedade) e Israel Scupenaro (PMDB).
Com relação ao projeto do vereador Dr. Orestes, que pretendia obrigar os proprietários a recolher as fezes deixadas pelos animais de estimação nas ruas, parques e demais espaços públicos, o Poder Executivo alegou vício de iniciativa e inconstitucionalidade. A justificativa foi aceita com os votos contrários dos vereadores Dr. Orestes, Tunico (PMDB), Giba (PDT), Dr. Pedro Damiano (PR) e Léo Godói (PT).
Já o projeto do vereador Scupenaro, que estendia o prazo para que proprietários pudessem regularizar a situação de imóveis na Prefeitura, foi vetado porque, segundo a Prefeitura, a decisão seria contrária ao interesse público. De acordo com a mensagem, a prorrogação foi feita por diversas vezes desde 2010 e o que era temporário se tornou definitivo.
O vereador Scupenaro concordou com o veto porque um novo projeto deve ser enviado à Câmara. “O prefeito se comprometeu a enviar neste mês projeto que atenda à necessidade das pessoas que estão nessa situação. Vamos aguardar”, discursou.
SOM ALTO
O projeto do vereador Henrique Conti (PV), que proíbe em VALINHOS som alto em veículos, a popular ‘Lei do Pancadão’ foi novamente retirado da pauta de discussões. O texto já passou por primeira aprovação do plenário em agosto do ano passado e desde então recebe emendas e pedido de vistas dos parlamentares. Dessa vez, o texto saiu da pauta a pedido do vereador Israel Scupenaro (PMDB). O projeto volta à discussão nas próximas sessões.