VALINHOS: ‘Família Acolhedora’ já mostra bons resultados em Valinhos

A11_VAL_Família Acolhedora_Crédito PMVal

O programa ‘Família Acolhedora’, implantado há oito meses em VALINHOS, já dá sinais positivos com relação ao seu funcionamento.
Por meio desse serviço, famílias são cadastradas e recebem curso de capacitação e acompanhamento para que realizem o acolhimento de crianças e adolescentes que, por algum motivo, foram afastados do convívio familiar por determinação do Juiz da Infância e da Juventude. Entre as causas mais comuns desse afastamento estão abandono, maus-tratos, negligência ou famílias que se encontram sem possibilidade de cumprir suas funções de cuidado e proteção.
Antes da implantação do programa, essas crianças e adolescentes eram encaminhados para abrigos, onde ficavam afastados do convívio familiar e social. Com a implantação do ‘Família Acolhedora’, agora ficam sob o cuidado de pessoas previamente cadastradas para que possam continuar com seu desenvolvimento como membros da sociedade.
Existem atualmente quatro famílias cadastradas e aptas a acolher, sendo que uma delas está recebendo uma criança de sete anos. Mas o intuito é aumentar o número de acolhedores.
Como cadastrar-se
Os interessados em participar do programa devem se cadastrar na própria sede, que fica na rua Joaquim Martins, 354, no Jardim Valença. Os telefones para contato são: (19) 3829-3410 ou (19) 98367-0113.
Segundo o coordenador do Família Acolhedora, Wesley Santiago, o núcleo familiar é selecionado com base em uma série de critérios e passa por capacitações e acompanhamentos da equipe técnica do Serviço de Acolhimento. A família de origem também recebe todas as orientações necessárias. De acordo com ele, não é preciso ser uma família composta especificamente por um casal. Pode ser apenas um adulto responsável e disponível para atender aos objetivos do programa.
“Devem ser pessoas que queiram oferecer amor, carinho e um convívio fraterno, e todos os cuidados que uma criança ou adolescente precisa para se desenvolver com qualidade de vida e saúde. Também deixamos sempre muito claro que as famílias acolhedoras ficarão provisoriamente com as crianças e adolescentes e que elas não estão disponíveis para adoção. A família é inclusive preparada para se desvincular no momento preciso, quando os acolhidos retornam para seus familiares de origem”, destaca.
Para a psicóloga do programa de VALINHOS, Natália Ferrari Bodini, o vínculo que a criança ou o adolescente estabelece com a família que o acolhe é de extrema importância no processo. Ela explica que os benefícios são muito relevantes, pois neste convívio são reforçados vínculos materno, paterno, de irmãos e até relacionamentos comunitários que carregarão pelo resto de suas vidas.
“Além do vínculo familiar mais estreito, os acolhidos passam a ter contatos com uma nova vizinhança, viajam, fazem passeios, vão à igreja, centros esportivos e participam de atividades culturais, tendo desta forma muito mais contato com a comunidade em que vivem do que se estivessem institucionalizadas, ou seja, em abrigos. Segundo estudos, para cada um ano em uma instituição, a criança perde quatro meses no seu desenvolvimento. Estando com uma referência familiar, essa perda no desenvolvimento não ocorre”, destaca a psicóloga.
Famílias cadastradas aprovam programa
Em conversa com a família que está acolhendo a criança de sete anos, eles se mostraram muito satisfeitos com os resultados apresentados. “É uma experiência muito boa, apesar de difícil no começo, mas que vale muito a pena. É compensadora e recomendo”. Assim S. H. F. V., de 49 anos, define o programa Família Acolhedora. “Ela nos chama de tios e está bem mais tranquila. Hoje ela recebe carinho e consegue retribuir. Queremos prepará-la para uma vida melhor, como sempre fizemos pelos nossos filhos”, completa
Quem está na expectativa para acolher uma criança é a psicóloga Flaviane Viana, de 34 anos, casada com o encarregado de obras Adilson Felix de Oliveira, de 33 anos. Eles têm um casal de filhos, de 4 e 7 anos, e em abril terminaram a capacitação. “Existe a possibilidade de em breve recebermos um criança. Estamos todos ansiosos. O que nos motivou a entrar para o programa é saber que há crianças sofrendo e que podemos ajudá-las, nem que seja momentaneamente”, diz.
A assistente social Denise Rosa Forato, de 52 anos, solteira, também é um exemplo de quem vê no programa uma inovação e alternativa para auxiliar nos cuidados e proteção de crianças e adolescentes. “Não vejo nenhum impedimento em cuidar sozinha de uma criança. Acredito estar bem preparada para receber quantos forem necessários”, diz.
Para ela, o Família Acolhedora é um programa importante e que tem tudo pra dar cada vez mais certo no município. “Tenho até um quarto prontinho para acolher. Vai ser bom ter crianças aqui para bagunçar um pouco a casa! Acompanhei todo o processo de instalação do programa aqui no município e fui a primeira a me cadastrar”, destaca.

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