VALINHOS: Fechamento de escolas é mais uma vez tema de manifestação na Câmara
Os alunos, professores e pais mais uma vez lotaram a sessão da Câmara de VALINHOS para pedir que os vereadores intervenham evitando o fechamento das escolas estaduais no município. Em virtude do grande número de presentes, a sessão foi transferida para o auditório maior, que ficou tomado por faixas e cartazes pedindo a ajuda dos edis.
Entre as votações, o único projeto de lei que poderia ter sido discutido durante a sessão, referente ao gerenciamento de resíduos sólidos do município, teve mais um pedido de vistas regimentais atendido e deverá voltar à pauta da Câmara em outra ocasião. Por conta disso, as discussões se mantiveram em torno das moções e dos requerimentos. Um dos requerimentos, que tratava de um voto de louvor e congratulações ao plantio de árvores realizado pela Eco Vida Ambiental (EVA), cujo presidente é Alexandre Tonetti, chegou a ser barrado por não ter número suficiente de votos dos vereadores.
Plenário lotado
Em virtude do grande número de pessoas na sessão, os trabalhos foram transferidos para o plenário maior da Câmara de VALINHOS, e a exemplo do que aconteceu na semana anterior, os pais, alunos e professores da rede estadual de ensino estiveram presentes para reivindicar ajuda e apoio por parte da vereança valinhense no sentido de impedir o fechamento de escolas no município.
Antes de discutir o assunto, os parlamentares leram um ofício em que a comunidade discorda dos argumentos apresentados pelo estado para inserir a escola na proposta de reorganização. Segundo o documento, a unidade tem grande demanda de vagas e qualidade de aprendizagem acima da média, o que não justifica o possível fechamento da unidade educacional ou de um dos ciclos de ensino.
O vereador Giba (PDT) afirmou que a reorganização da rede vai prejudicar os alunos e desestimular o estudo, já que os estudantes terão de percorrer uma distância maior para frequentar as aulas. Ele também defendeu mais investimento na área. “Uma nação que pretende ser desenvolvida deve valorizar o sistema educacional”, defendeu.
O vereador Henrique Conti (PV) ressaltou que ainda não há informações do Governo Estadual sobre o que de fato vai acontecer com as escolas, mas destacou que a mobilização da comunidade é necessária. Em seguida ele sugeriu que fosse formada uma comissão integrada por alunos, vereadores e professores para que fossem se reunir junto ao diretor de Educação da Regional Oeste para que sejam explicadas as atitudes e os prazos para que a reestruturação aconteça.
Por fim, foi votada e aprovada uma moção que será encaminhada ao Governo Estadual pedindo uma revisão da proposta de reorganização.
Uma longa discussão
O vereador Léo Godoi (PT) apresentou um requerimento pedindo votos de louvor e congratulações à EVA, pela organização social ter realizado o plantio coletivo de árvores na Fazenda Shangri-lá. Lido o requerimento, a Câmara entrou numa discussão por quase uma hora, quando foram apresentados argumentos contra e a favor do requerimento.
O primeiro a falar foi Moysés Abujadi (PSD), defendendo que o documento continha teor político e ‘interesses escusos’, uma vez que o presidente da ONG é Alexandre Tonetti. Em resposta, o autor do requerimento argumentou que a EVA trabalha para recompor áreas desmatadas pelos empreendimentos imobiliários. E ainda afirmou que apenas durante os últimos seis meses do mandato de Moysés como prefeito foram aprovados 12 empreendimento imobiliários.
Alterado, Moysés afirmando que “todos os empreendimentos que foram aprovados estavam regulamentados por lei”, leis essas criadas pelo próprio edil.
Em defesa de Abujadi e contra o requerimento, Paulo Montero, que momentos antes anunciou sua filiação ao PSDB, partido do prefeito Clayton Machado, seguiu a mesma linha de discurso. “Se todos tivessem o mesmo procedimento que o senhor (Abujadi) teve lá atrás, com certeza VALINHOS poderia ser ainda melhor”, garantiu. Ele também disse que os membros da Eco Vida Ambiental são ‘xiitas, extremistas’.
O que mais chamou atenção nessa discussão foi o fato de que os, até então desafetos Montero e Abujadi, discursaram em uníssono, com o primeiro defendendo que VALINHOS só se tornou a cidade que é hoje devido ao governo do segundo. Uma atitude no mínimo inusitada para quem vinha até então pedindo decoro por parte do ex-prefeito.
Por fim, o requerimento foi rejeitado, ficando o plantio de árvores sem os votos de louvor e congratulações desejados pelo autor.
Pedido de falência
Deu entrada na Câmara, embora não tenha sido ainda discutida, uma moção de apoio ao prefeito pedindo que seja realizada uma ação declaratória de insolvência civil contra o ex-prefeito Marcos José da Silva. O documento foi assinado pelos vereadores Lorival, César Rocha, Popó, Henrique Conti, Edson Batista, Dinho, Kiko Beloni e Paulo Montero. Uma ação desse tipo significa pedir a ‘falência da pessoa física’, e é usada quando o valor devido excede o patrimônio do acionado. Resta aguardar que ela entre em discussão e seja aprovada ou rejeitada.