VALINHOS: Greve nas creches acaba, mas saúde ainda é problema

UPA Valinhos_Crédito Guilherme Ferragut (17)

Em decisão tomada na manhã de terça-feira, 20, o Tribunal de Justiça de São Paulo resolveu pelo fim da greve das auxiliares de desenvolvimento infantil (ADIs) de VALINHOS. Elas estavam paralisadas desde o último dia 7, depois que as propostas levadas à Prefeitura foram recusadas. Entre as reivindicações mais importantes estavam o aumento do vale-alimentação, que hoje é de R$ 80, para R$ 200.
Mas esse não é mais o único problema enfrentado pelo prefeito Clayton Machado, o atraso no pagamento do Instituto Nacional de Auxílio à Saúde e à Educação (Inase) também assombra a Administração valinhense.
Greve suspensa
O resultado da audiência de conciliação entre Sindicato e Prefeitura sobre as ADIs decidiu mais do que a volta ao trabalho das funcionárias. Segundo confirmou o presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos de VALINHOS, LOUVEIRA e Morungaba, Valteni Santos, está sendo mantido o estado de greve, porém, sem a paralisação dos trabalhos. Na próxima sexta-feira, será realizada uma reunião entre os envolvidos na greve para que as negociações continuem. Essa nova rodada de tentativas de conciliação deve durar por 30 dias e, caso não sejam resolvidos os impasses, a paralisação pode voltar.
Ainda é cedo para dizer que a greve não surtiu resultados positivos para as ADIs, até mesmo porque nada está definido, mas com certeza serviu como alerta para a Administração, já que essa foi a primeira greve da história de VALINHOS.
Problemas na UPA
Na edição anterior da FOLHA NOTÍCIAS foi noticiado o risco de paralisação por parte dos médicos contratados pelo Inase, organização social que administra a Unidade de Pronto Atendimento de VALINHOS, e até o fechamento desta matéria, nada ainda havia sido resolvido com relação ao caso.
A ‘operação tartaruga’ (lentidão no serviço) continua, e quem precisa de atendimento não-emergencial tem que esperar por várias horas até passar por um médico. Algumas coisas, porém, mudaram. Entre elas o silêncio da Prefeitura, que na semana anterior não havia mandado respostas com relação aos questionamentos, mas nessa semana emitiu uma nota para a imprensa. “O prestador de serviço da Prefeitura que atende na UPA é a Organização Social Inase, responsável pelos serviços, inclusive médicos. Neste mês de outubro, há um repasse em atraso em função da queda da arrecadação da Prefeitura. Já foi feito um repasse parcial neste mês. A Prefeitura de VALINHOS espera que a Organização Social Inase entenda este momento de dificuldade financeira que passam todas as Prefeituras e não prejudique o atendimento à população. A Prefeitura está fazendo todos os esforços para que a situação seja resolvida o mais rápido possível”, ressaltou.
O Inase, por sua vez, argumenta que nenhuma previsão de acerto foi feito até o momento. “O Instituto Nacional de Assistência à Saúde e à Educação (Inase) informa que até o presente momento 50 médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de VALINHOS estão com salários atrasados há mais de 10 dias. Não houve paralisação no atendimento. No entanto, devido à insatisfação por parte do corpo clínico, estão sendo priorizados os atendimentos de pacientes com quadros de saúde de alta gravidade. O Instituto reforça que todos os pacientes serão atendidos, porém, o tempo de espera na Unidade, para pacientes que não apresentam quadros graves, tem sido superior ao usual”, garantiu em nota a organização social.
No total, a dívida somando 2014 e 2015 ultrapassa R$ 8 milhões. O diretor do Inase, José Carlos Pitangueira Filho, em reunião com todos os funcionários no último dia 21, quarta-feira, afirmou que alguns fornecedores não recebem há seis meses. Ainda assim, ele agradeceu o comprometimento de toda a equipe. Quanto ao pagamento dos médicos, a Prefeitura repassou R$ 400 mil ao Instituto na tarde desta quarta-feira, dia 21. De acordo com a direção do Inase, o valor total foi imediatamente transferido para o corpo clínico para que o atendimento continue, sem prejuízos à população. Porém, só foi suficiente para cobrir 50% da folha médica.

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