VALINHOS: Inase é sabatinado na Câmara de Valinhos
O Instituto Nacional de Assistência à Saúde e à Educação (Inase), que administra a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de VALINHOS, foi à Câmara da cidade na última terça-feira, 28, para ser sabatinado pelos vereadores da Casa.
Representada pelo presidente do Instituto, José Carlos Pitangueira Filho, a Organização Social iniciou a apresentação mostrando vários gráficos que mostravam a eficiência do trabalho executado na cidade. O primeiro slide afirmou que, contratualmente, o Inase deveria atender nove mil pessoas por mês. Porém, durante todo o primeiro ano de atuação em VALINHOS, esse total sempre foi maior que o previsto, chegando a mais de 16 mil atendimentos em março de 2015.
A quantidade de exames laboratoriais também foi ultrapassada em todos os meses, assim como os exames de raios-x.
Outro ponto destacado por Pitangueira foi o percentual de casos resolvidos dentro da própria UPA, sem necessidade de transferência para outra unidade médica. De acordo com a tabela, mais de 99% das pessoas que entram na Unidade em busca de atendimento saem com seu problema resolvido.
A satisfação do usuário também foi apontada como grande destaque. No trimestre envolvendo dezembro/2014, janeiro e fevereiro/2015, 97% dos atendidos se manifestaram satisfeitos com o trabalho oferecido.
Para finalizar a apresentação, Pitangueira ressaltou que o atendimento aos doentes de cidades da região que procuram a UPA tem sido a grande preocupação do Inase. Segundo ele, a Unidade está trabalhando no limite. O médico ainda pediu que os vereadores procurem dispositivos legais para conter essa migração de pacientes, uma vez que pode ser que os valinhenses tenham seu atendimento precarizado.
AS PERGUNTAS
O primeiro a perguntar foi o vereador Giba (PDT). Ele, de início, apontou que em dados de 2010 o número de atendimentos na cidade já era de 15 mil pessoas ao mês. A informação foi rebatida por Pitangueira, dizendo que provavelmente não correspondiam à realidade. Isso porque, segundo argumentou o presidente do Inase, é comum que Prefeituras acrescentem ao número de atendimentos de emergência as consultas agendadas e demais procedimentos, para que consiga um maior repasse de verbas destinadas ao SUS.
Giba prosseguiu, questionando se a UPA tem um conselho de ética. Como a resposta foi positiva, o vereador quis saber quando foi formado o conselho. Imediatamente, o presidente da Câmara, Rodrigo Toloi (PDT), pediu que seu companheiro de legenda não transformasse a apresentação num debate. A atitude fez com que todos os vereadores, dali em diante, se limitassem ao máximo de duas perguntas.
Popó (PSDB) questionou o fato de, uma vez que o número de atendimentos real é maior que o estipulado, como o Inase consegue atender à demanda estendida com o recurso limitado. O presidente da Organização Social respondeu invocando o ‘princípio da economicidade’, onde são ajustadas as atitudes visando conter os gastos. Mas, novamente, avisou: se a demanda continuar a se expandir, não será possível manter a qualidade no atendimento.
Quando chegou a vez de Lorival (PROS) falar, ele aproveitou para acrescentar que, com as informações disponibilizadas pela apresentação de Pitangueira, não seria necessária abertura de CPI – cujo pedido chegou a ser protocolado na Casa. Scupenaro (PMDB) rebateu, afirmando que os questionamentos da CPI teriam relação de como foi elaborado o contrato com o Inase – e não com a prestação de serviços pela instituição. Dessa forma, embora os dados apresentados sejam positivos para a Administração, a Comissão Parlamentar de Inquérito, ainda que demore, deve ser instaurada.