VALINHOS: Moradias populares têm audiência lotada
Foi realizada na segunda-feira, 15, no Paço da Prefeitura de VALINHOS, com a presença de cerca de 500 pessoas, uma Audiência Pública para apresentar o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) das 900 moradias populares que serão construídas na região do bairro Frutal. Diversas pessoas inscritas para se manifestar durante a Audiência chegaram a questionar a legitimidade do abaixo-assinado e pediram a exclusão de seus nomes do rol de assinantes porque, supostamente, os organizadores do abaixo-assinado são pessoas ligadas à campanha do candidato do PT à Assembleia Legislativa, Alexandre Tonetti.
BANDEIRA PARTIDÁRIA
Em seu discurso, que antecedeu o início da Audiência Pública, o prefeito Clayton Machado pediu coerência aos opositores. “Projeto social não pode ter bandeira partidária”, enfatizou, lembrando que o processo eleitoral em curso pode provocar mudanças que impeçam a construção do Residencial Vale Formoso.
O prefeito lembrou ainda que a construção das 900 moradias populares já foi questionada pela oposição até mesmo no Condephaat, Órgão de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo. “E foi aprovado duas vezes neste Conselho. É o primeiro projeto habitacional da história de VALINHOS que foi levado ao Condephaat. Quem paga aluguel tem pressa. Quem mora em área de risco também tem pressa”, dispara Clayton Machado contra os supostos opositores do Residencial Vale.
“Nossos opositores também disseram que as 900 moradias não podiam ser construídas na área indicada, por se tratar de Área de Proteção Ambiental, o que se comprovou ser uma grande mentira. Todos os órgãos estaduais, inclusive os de proteção ao meio ambiente, analisaram e aprovaram o nosso projeto. Sem os questionamentos, o projeto habitacional já estaria concluído”, opina.
VULNERABILIDADE SOCIAL
A secretária de Desenvolvimento Social e Habitação, Sílvia Helena Basetto Villas Boas, afirmou que “essas moradias serão destinadas a pessoas em situação de altíssima vulnerabilidade social”. “Essas áreas estão, na sua grande maioria, na zona rural do município, cuja população com precária qualidade de vida, convive diariamente com a ausência de infraestrutura e saneamento básico”, acrescentou Sílvia Helena. A secretária de Habitação lembrou que “o projeto habitacional do prefeito Clayton Machado levará essas famílias a uma região urbanizada, com acesso a escolas, creche já aprovada, posto de saúde, linhas de ônibus, enfim, com qualidade de vida”.
Sílvia Helena fez questão de enfatizar que o Estudo de Impacto de Vizinhança apresentado durante a audiência pública demonstra que as 900 moradias do programa habitacional beneficiarão diretamente cerca de 2.880 pessoas, das quais expressiva parcela será realocada de áreas de risco do próprio município, o que não representará danos ambientais e urbanísticos.
BOLSA FAMÍLIA
Sílvia Helena também destacou que 1.581 famílias valinhenses são beneficiárias do programa Bolsa Família. “Todas essas famílias têm renda mensal inferior a R$ 1.000, e, portanto, representam potencial público a ser beneficiado com o projeto habitacional do prefeito Clayton Machado”. Para a secretária, a partir da conclusão do projeto habitacional, as famílias beneficiadas ampliarão seu poder de compra ao reduzirem o custo de vida, especialmente com locação de imóvel, “impactando diretamente na potencialização do comércio local e geração de novos empregos”.
HISTÓRIAS DRAMÁTICAS
Vereadores que compareceram à audiência elogiaram o projeto e disseram que vão lutar pelas moradias, mas acusaram a existência de grupos que tentam criar empecilhos para a concretização do sonho de 900 famílias de baixa renda. Eles ouviram histórias dramáticas relatadas por famílias de baixa renda que se inscreveram na Audiência Pública. Todos os inscritos foram unânimes em defender o Residencial Vale Formoso. O vereador Dinho (PCdoB) tem se empenhado para a realização do projeto e definiu aqueles que são contrários ao projeto como “pessoas que fazem política em cima de pessoas humildes”. “Vários condomínios foram abertos em nossa cidade e não houve pedido de impugnação das obras, como tentaram fazer com as moradias populares”, observa.
GRUPOS CONTRÁRIOS
O vereador Lorival Messias (PROS) destacou que a audiência foi democrática e afirmou que é preciso empenho para que o projeto saia do papel. Ele também ressaltou as ações de grupos contrários às moradias. “Outros apartamentos foram construídos e nunca houve a exigência de Estudo de Impacto de Vizinhança, só nesse caso de agora. Esses grupos criam falsos argumentos para impedir as moradias para o povo”, avalia.
O vereador Edson Batista (PSDB) também é amplamente favorável às moradias populares acompanhando o projeto e mantendo contato com representantes da Caixa Econômica Federal, banco que vai viabilizar o financiamento. “Ontem estive na Caixa, e a construtora responsável pelas obras já tem o dinheiro reservado. A parcela mínima para a população será de R$ 30, e a máxima de R$ 50”, garante. Edson revelou que recebeu ligações de moradores agradecendo aos vereadores que votaram a favor do projeto.
A preocupação do vereador Israel Scupenaro (PMDB) é com relação às supostas obras de infraestrutura que são necessárias na região. Entre as intervenções pedidas pelo vereador estão a construção de rotatória na Rodovia dos Agricultores e a pavimentação da Avenida Vice-prefeito Anésio Capovilla, no Parque dos Cocais. “Como vereador, vou estar sempre acompanhando”, observa.
OUTRO LADO
O presidente do PT de VALINHOS, arquiteto Alexandre Tonetti, que também é candidato a deputado Estadual, foi procurado pela reportagem da FOLHA NOTÍCIAS para que desse a sua opinião sobre o assunto e para que pudesse responder às críticas feitas pelos vereadores Dinho, Lorival Messias e Edson Batista.
“É preciso saber o que está por trás desses ataques, dessa campanha difamatória que estão fazendo e me colocando como contrário à construção de moradias populares em VALINHOS. Essa mentira tem como objetivo principal atacar a minha candidatura. Nunca fui e nunca serei contra a construção de moradias populares, ao contrário, tenho um projeto de 480 moradias populares esperando a liberação das diretrizes da Prefeitura para ser iniciado e já são 140 dias sem resposta, quando o tempo normal é de no máximo de 30 dias. Dinho, Lorival, são apenas peões do prefeito neste jogo político, e o Edson Batista é um corretor de imóveis cuja empresa imobiliária mal vê a hora de lançar suas garras sobre a Serrra dos Cocais. Lorival tem problemas ambientais lá na Biquinha e o Ministério Público (MP) está exigindo explicações.
Quanto ao vereador Dinho, ele tem problemas ambientais diversos na Serra dos Cocais que lhe valeram processos na Prefeitura e no MP por causa de corte de pedra ilegal, exploração de mão de obra não registrada, participação irregular em uma marmoraria e tem tido todo o suporte do prefeito para as suas irregularidades. É contra isso que sou contra, e qualquer pessoa de bom senso também é contra. Foi isso o que denunciamos, e não a construção das moradias. Essa é a verdade que o vereador Dinho não tem coragem de falar no microfone da Câmara, que somos contra a especulação imobiliária, nunca contra as moradias populares. Participei da construção de cerca de 12 mil moradias populares na Região Metropolitana de Campinas e isso prova o que estou falando. Portanto, esses vereadores mentem a meu respeito porque são sem caráter. Tudo isso apenas para me atacar”, disparou Tonetti.