VALINHOS: Polarização continua e muitas discussões prolongam sessão

Moysés tentou fazer piada e Montero pediu mais respeito
Até que as alianças políticas estejam formadas para as próximas eleições, o clima da Câmara de VALINHOS parece que vai continuar tenso. Prova disso é que sessão após sessão as discussões só aumentam. Na última terça-feira, 10, não foi diferente. Uma longa discussão em torno da retirada dos passes escolares levou quase uma hora. Nesse tempo, quase todos os vereadores fizeram uso da tribuna para falar sobre o assunto.
Outro tema que chamou a atenção foi o veto a um projeto de lei do vereador Moysés Abujadi (PSD).
PREVITAlE PREFEITO?
Já no começo da sessão um ofício encaminhado ao presidente da Câmara, Rodrigo Toloi (PDT), pelo vereador Orestes Previtale avisava sobre sua desfiliação do partido Solidariedade, para o qual migrou logo após as eleições. Embora não haja informação oficial, nos corredores da Câmara comenta-se que o edil deve disputar as próximas eleições para o cargo de prefeito. Tudo isso somente acontecerá se o ex-prefeito Marcos José da Silva não conseguir disputar, por motivos jurídicos, as eleições de 2016.
A CÂMARA NÃO É PICADEIRO
O projeto de lei 150/2014 foi declarado inconstitucional pelas comissões por onde passou, mas o vereador Abujadi não concordava com o parecer. “Não sei quem deu esse parecer, mas, esse projeto não é ônus para a Prefeitura”, argumentou. O projeto trata de um programa especial para alunos com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e dislexia.
Mais adiante, após a leitura dos requerimentos, Dr. Moysés insistiu em discutir o assunto fora da ordem do dia. Paulo Montero atentou para o que estava acontecendo. “Senhor presidente, o senhor já colocou o tema na ordem do dia. Nós temos um regimento na Casa que tem que ser obedecido.”, declarou. Nem bem acabou a fala e Abujadi já disparou: “Você está sofrendo muito, Monteirinho?” A fala fez com que a maioria dos presentes risse do desrespeito cometido contra seu colega de Legislativo.
A resposta de Paulo veio após o intervalo. “Senhor presidente, gostaria de solicitar ao senhor que nós tivéssemos mais respeito pelos vereadores. Se vereador quiser tirar sorrisos da plateia que vá a outro lugar. Aqui não! Eu fui achacado agora a pouco, e não vou mais admitir que se tome atitudes que se exponha o vereador ao ridículo. Eu peço que o presidente continue com sua firmeza para que não caiamos no ridículo. Nós não podemos transformar isso aqui em picadeiro. Eu tenho um nome a zelar e não vou permitir que façam isso com o meu nome.” Após essa declaração, Moysés não mais se manifestou sobre o assunto.
OS PASSES ESCOLARES
A discussão sobre o motivo que levou a Prefeitura a cortar mais da metade dos passes escolares distribuídos para alunos da rede pública da cidade também voltou ao plenário. Foram quatro requerimentos enviados ao Executivo pedindo explicações sobre o caso.
Entre vereadores que defendiam a redução e que repudiavam a atitude, destacaram-se algumas falas. Primeiro, o vereador Giba (PDT) demonstrou sua indignação sobre o tema, afirmando que “esse tipo de atitude da Prefeitura desestimula as crianças a irem à escola. Além disso, andar dois quilômetros debaixo de chuva pode parecer pouco, mas, pra quem anda, é muito.”
O sempre defensor do Executivo, vereador Dinho (PC do B), retrucou a fala dizendo que “os cortes foram feitos sobre pessoas que não estavam utilizando o passe para ir para a escola, e, sim, para ir ao shopping, ou trocar por alimentos.”
Esse bate-boca durou quase uma hora e foi o último requerimento a ser discutido na noite.
PROJETOS APROVADOS
Com o objetivo de garantir que as gestantes sejam informadas sobre os tipos de partos e orientadas sobre a melhor escolha de acordo com cada situação, a Câmara aprovou projeto de lei do vereador dr. Moysés Abujadi (PSD), que cria a “Campanha de Incentivo ao Parto Normal e Humanizado”, em VALINHOS.
Também foi aprovado nesta terça-feira projeto do vereador Veiga (DEM), que altera o Código Tributário do Município para evitar que contribuintes paguem o ISSQN Fixo – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – mesmo sem exercer atividade econômica.
Cinco projetos de lei que estavam na pauta para discussão e votação do plenário foram retirados da Ordem do Dia. O projeto do Poder Executivo, que autoriza a inserir o nome de contribuintes em débito com o município em órgãos de proteção ao crédito, foi retirado porque houve apresentação de emenda do vereador Léo Godói (PT).
O projeto do vereador Kiko Beloni (PSDB), que obriga hospitais e clínicas a notificar os atendimentos envolvendo crianças sob o efeito de álcool ou drogas, teve pedido de vistas do vereador Lorival Messias (PROS) e saiu da pauta.
Lorival também apresentou pedido de vistas ao projeto do vereador dr. Moysés Abujadi (PSD), que prevê a publicação na internet do nome de todos os funcionários terceirizados que trabalham na Prefeitura, Câmara e demais órgãos públicos de VALINHOS.
Outros dois projetos que saíram da pauta são do vereador Paulo Montero (SD). Um obriga supermercados a informarem a data de validade dos produtos que são colocados em promoção e outro obriga funcionários de lanchonetes do tipo “fast foods” a usar toucas, luvas e máscaras.