VALINHOS: Produção de goiaba e caqui pode cair mais de 30%
Depois de afetar o abastecimento de água para a população da região, a falta de chuvas parece estar causando mais um efeito sobre as cidades: a queda na produção de frutas. É o caso dos produtores de goiaba e caqui, em VALINHOS e LOUVEIRA, respectivamente.
PROBLEMAS VALINHENSES
Em entrevista com o presidente da Associação Agrícola de VALINHOS e Região, Pedro Sidnei Pellegrini, ele explicou que a queda na produção é apenas uma parte do problema. “Os mais pessimistas falam numa queda de mais de 30% da produção de goiaba. Eu acho que deve ficar entre 10 e 15%. Mas esse não é pior dos problemas. Com o atraso das chuvas o período de colheita foi alterado. As frutas demoraram mais para estarem prontas e com isso teremos que mudar o período de poda para uma nova safra. Além disso, com a alteração no regime de chuvas perdemos a época para a exportação, fazendo com que o preço caia e os lucros do produtor sejam menores”, explicou Pellegrini.
Outro problema causado pela seca foi a diminuição do uso de água mesmo que ela seja coletada na propriedade do agricultor. “A outorga de água em VALINHOS também é um problema que o produtor tem que enfrentar. Mesmo que ele use apenas a água de sua propriedade para irrigação, se ele ultrapassar um limite suas bombas são lacradas e ele deve pagar multa. Isso porque de acordo com a prioridade regida por lei, a água usada na agricultora não está em primeiro lugar”, informa.
A chuva de granizo, segundo o presidente, também ajudou na quebra da produção. “No começo do ano tivemos uma forte chuva de granizo que ajudou a diminuir a produção de goiaba”, lamenta. Ele explicou que existe um seguro que o produtor pode fazer, de maneira que, caso haja perda na produção, a seguradora ressarci o agricultor. O custo do seguro era dividido entre Estado, União e o dono da propriedade, porém, com os cortes de gastos promovidos pelo Governo federal, pode ser que fique mais difícil conseguir a verba.
Mas, como Pellegrini afirma, quando se possui uma associação forte, fica mais fácil conseguir verbas e financiamentos, além de maior barganha na compra de produtos agrícolas. “Quanto mais membros tivermos na nossa associação, que hoje conta com aproximadamente 180 pessoas, mais fácil fica para conseguirmos fazer pressão na hora de conquistarmos melhores preço e taxas de financiamento”, afirma.
LOUVEIRA TAMBÉM SOFRE QUEDA
A cidade de LOUVEIRA também sofre com a seca. Segundo estimativa da Divisão de Agricultura da Prefeitura de LOUVEIRA, devido à seca e ao granizo a produção de caqui na cidade já caiu 35%. Porém, em propriedade onde houve o manejo de forma que a forragem mantivesse a umidade do solo por mais tempo, as perdas foram menores. Apesar da seca, existe a perspectiva de que a qualidade das frutas aumente na cidade, pois, com menos água, a diluição do açúcar é menor tornando o fruto mais doce.
Mas, caso a crise hídrica se agrave no próximo inverno a Prefeitura informa que agricultores com plantações irrigadas com água dos córregos Fetá, Passarinho, Rainha e seus afluentes poderão ter a captação para irrigação bloqueada em prol do abastecimento da cidade.
Isso já ocorreu no ano passado em vários municípios do Circuito das Frutas, e por isso fica o alerta a esses poucos produtores que utilizam irrigação convencional em cultivos estabelecidos nas áreas de mananciais do nosso município.