VALINHOS: Valinhense pode ter descoberto a cura da Aids
Luiz Pianowski, 57 anos, um valinhense, pode ser a nova esperança na cura da Aids. Isso porque o farmacêutico está trabalhando no desenvolvimento de um medicamento que, testado em animais, reduziu a zero a quantidade de HIV, vírus causador da doença.
O remédio responsável pelos ótimos resultados é produzido através da planta avelós, de origem africana, mas cultivada em algumas áreas do Nordeste brasileiro. A princípio, a pesquisa conduzida pelo especialista de VALINHOS tinha o objetivo de combater o câncer, dores e o vírus da Aids.
Por três anos, o laboratório de Pianowski, o Kyolab, se aprofundou nas pesquisas com o ingenol, substância tirada da planta avelós. Durante o período, descobriu-se que o ingenol reativa uma enzima (a Klebsiella pneumoniae carbapenemase, ou KPC) que é responsável por espulsar o vírus das células, fazendo com que os remédios do coquetel antiviral consigam destruí-los.

Médico valinhense pode ter descoberto a cura da Aids
VÍRUS ESCONDIDOS
Para entender melhor como o processo funciona, é necessário saber como funcionam os tratamentos já existentes. Segundo divulgado, os coquetéis vendidos hoje em dia atingem os vírus que estão na corrente sanguínea e os extermina. Porém, parte deles entra nas células. E é aí que o medicamento que vem sendo desenvolvido por Pianowski, com o apoio de Amílcar Tanuri, doutor em genética pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entra em ação. Ele ativa uma enzima, a KPC, que expulsa o vírus das células, e o devolve para a corrente sanguínea. Na corrente, ele fica vulnerável ao ataque dos medicamentos já desenvolvidos.
O Ministério da Saúde já autorizou que sejam feitos testes em macacos, que devem seguir até fevereiro. O próximo passo é realizar os testes em seres humanos, que ocorrerão nos Estados Unidos ou na Europa, e devem durar três anos. Mas, como a Aids mata milhares de pessoas a cada ano, o prazo deve ser reduzido pela metade, ou seja, em um ano e meio. A esperança é que até 2017 o medicamento já esteja disponível para comercialização.
Até hoje, já foram gastos US$ 15 milhões para o desenvolvimento do medicamento. Essa cifra deve ser acrescida em US$ 100 milhões até o final do projeto. Algumas indústrias farmacêuticas já mostraram interesse na pesquisa.