VINHEDO: Acovec/Ceprovi: Um marco no ensino profissionalizante na região
Dentro da programação de matérias sobre as instituições de nossa região, a equipe da FOLHA NOTÍCIAS esteve conversando, nesta semana, com o atual presidente da Acovec, o empresário João Câdido dos Santos e com a coordenadora geral do Ceprovi – Centro de Educação Profissional de VINHEDO, Vera Segato, e ficou sabendo que a Associação Comunitária Vinhedense de Educação e Cultura – ACOVEC, que é a mantenedora do local, foi fundada em 19 de abril de 1999 por um grupo de empresários liderados pelo ex-prefeito Milton Serafim com o objetivo de trazer para VINHEDO uma escola profissionalizante. Logo após o surgimento da Acovec, em abril de 2002, é inaugurada, em terreno desapropriado pela Administração Municipal, a tão desejada e necessária escola profissionalizante: o Ceprovi.
PROEP FINANCIA
Segundo Vera Segato, com a Acovec criada obteve-se um financiamento junto ao Governo Federal, na época, dentro do programa de expansão do ensino profissionalizante (PROEP), criado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) com recursos obtidos pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), MEC Ministério da Educação e Ministério do Trabalho (MT) para fomentar a educação profissional no Brasil. “FHC entendia que para ampliar a rede de ensino técnico no país tinha que construir novas escolas, mas além de ser um investimento muito alto, a manutenção dessas novas escolas seria muito cara para o governo federal bancar. Então, resolveu distribuir o financiamento obtido para entidades privadas, sem fins lucrativos, que construiriam e manteriam novas escolas porque, para o então presidente da República, isso aumentaria o universo de escolas técnicas que seriam geridas por essas entidades, a exemplo da Acovec aqui em VINHEDO. Desse modo ocorreu a ampliação da formação profissional, porque o Brasil tem até hoje uma carência de mão de obra qualificada, daí a necessidade de se ampliar o número de profissionalização no país. E essa foi a melhor forma que o Governo fez para que estas instituições de ensino profissional se desenvolvessem”, explicou a coordenadora do Ceprovi.

Assinatura do Convênio em 2000, pelo então prefeito Serafim e o ministro Paulo Renato
MILTON SERAFIM
“Na época tudo nasceu de uma iniciativa do então prefeito Milton Serafim, que desapropriou o terreno onde hoje funciona a Acovec e o Ceprovi através de uma cessão de uso por 50 anos com essa finalidade de construir e administrar a Escola Técnica de VINHEDO. O Milton Serafim sentiu essa necessidade de uma escola técnica na cidade depois que esteve em Indaiatuba na inauguração da de uma Escola Técnica, a FIEC, construída com financiamento do PROEP. Milton Serafim então, conversou com o finado ministro da educação, Paulo Renato, e viu que para isso precisava reunir um grupo de empresários que justificasse essa necessidade. Então, grandes empresas como a Unilever, Franho, Belenus, etc, criaram a Acovec. Os associados são as empresas de VINHEDO que designam os seus representantes na Acovec. O custo de construção e todos os equipamentos foram bancados pelo Governo Federal, na época. A manutenção nos primeiros 50 anos seria feita através de um compromisso de a Prefeitura financiar um percentual de 100% a 0% até que o Ceprovi começou a se bancar sozinho”, relata Vera Segato.
CONSTRUINDO O FUTURO
A coordenadora geral comenta que após alguns anos a escola estava tão ligada à cidade que através de projetos sociais anuais para moradores de VINHEDO de baixa renda foram sendo firmados convênios com a esfera pública que tornava as vagas gratuitas. “Os alunos pagantes vêm de outras cidades da região para frequentar nossos cursos, como VALINHOS, Campinas, LOUVEIRA. Os cursos oferecidos são Técnico em Eletrônica, Química, Segurança do Trabalho, Nutrição e Dietética, Informática, Administração e Modelagem do Vestuário que será lançado no início do ano que vem. E temos um novo que está sendo formatado que é o Técnico em Gastronomia, também para o ano que vem. Temos também os cursos básicos ou livres que tem vagas compradas pela secretaria de Assistência Social. Essas pessoas que frequentam esses cursos vê do CRAS ou do CREAS e fazem parte do programa ‘Construindo o Futuro’. Algumas dessas pessoas cumprem medidas socioeducativas ou liberdade assistida”.
EMPREENDEDORISMO
Vera revela que geralmente essas pessoas participam de oficinas que acontecem nos cursos habituais do Ceprovi durante o período de um mês. Cursos de Corte e Costura, Jardinagem, Culinária, Cuidador de Idosos, Operador de Empilhadeira, Fotografia, Enologia. Esses alunos são trabalhados pela equipe do Ceprovi por seis meses, três dias da semana, segunda, quarta e sexta-feira. “Eles fazem Teatro, Comunicação e expressão para o fortalecimento de vínculos com uma assistente social da nossa equipe. Trata-se de uma forma rápida para qualificação com o objetivo de facilitar a integração da pessoa no mercado de trabalho. Temos também aulas de empreendedorismo para estimular a criação de MEI (Micro Empresa Individual) ou a obtenção de financiamento através do Banco do Povo”.
INDEPENDÊNCIA
O presidente da Acovec, João Cândido, assegura que todas as pessoas que trabalham no Ceprovi são contratadas pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). “Por outro lado, a diretoria é toda voluntária. Os professores passam por análise de currículo, mas a rotatividade aqui é muito pequena. Temos professores que estão aqui desde a inauguração do Ceprovi”, comenta. João Cândido faz questão de afirmar que se houvesse ingerência ou contratação de pessoas ligadas ao Poder Executivo, ele mesmo não teria aceitado fazer parte da diretoria da Acovec. “Só estou como presidente da Acovec porque a atual diretoria vem trabalhando com independência para modernizar ainda mais o ambiente escolar, e todos têm se empenhado para a melhoria da qualidade do ensino e para a abertura de novos cursos, proporcionando uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional para os vinhedenses e moradores da região, conforme o seu objetivo inicial que vem sendo cumprido à risca ao longo desses anos”, reconhece o presidente da Acovec/Ceprovi, João Cândido.