VINHEDO: Aevi completa 15 anos e tem nova diretoria
A reportagem da FOLHA NOTÍCIAS entrevistou Marcelo Santucci, presidente atual da Associação Empresarial de VINHEDO (Aevi) que entra agora em seu segundo mandato, com nova diretoria, quando discorreu sobre diversos assuntos pertinentes à existência e ao funcionamento da entidade empresarial que atua, principalmente, no ambiente das indústrias instaladas no município de VINHEDO e que este ano completa 15 anos de trabalho profícuo com o objetivo de fomentar o bem estar do ambiente empresarial de VINHEDO e dos colaboradores.
FN (FOLHA NOTÍCIAS) – Em seu segundo mandato à frente da Aevi, a entidade completa 15 anos de existência, como isso impacta na sua gestão?
MS (Marcelo Santucci) – A Aevi, durante esses 15 anos, passou por muitas fases, amadureceu, e desenvolveu um entendimento mais amplo do que significa a união de empresários em uma cidade como VINHEDO. Eu costumo dizer que se trata de uma associação empresarial de VINHEDO, não é só do Distrito Industrial, mas essencialmente de pessoas e as organizações das quais fazem parte. Ampliamos bastante o escopo de uma associação de apenas algumas pessoas, para agora, muitos empresários e profissionais autônomos.
FN (FOLHA NOTÍCIAS) – Como a Aevi se insere na cena política da cidade?
MS (Marcelo Santucci) – Trata-se de uma associação política, mas não partidária. Somos políticos porque interagimos com diversas outras organizações públicas e privadas. Penso que devemos influenciar na infra-estrutura, na construção da cidade como um todo, e não apenas na barriga de cada um dos empresários. Mas na conversa com as empresas surgem muitos assuntos macroeconômicos que se situam fora do nosso raio de influência, daí a importância de pautarmos temas que nós podemos desenvolver.
FN – Por exemplo?
MS – Desenvolvimento educacional dos colaboradores, a forma como compram, questões de sustentabilidade (água, esgoto, educação, sustentabilidade). Interagimos com Autarquias e Prefeitura, nosso foco está nas questões municipais porque no município é onde podemos fazer alguma coisa.
FN – A AEVI tem quantas empresas associadas e qual a totalidade de empresas instaladas em VINHEDO?
MS – Hoje, a Aevi tem 58 empresas associadas de um total de 2.500 a 3 mil empresas instaladas no município. Dentro do nosso perfil tem cerca de 600 empresas mais as 58 associadas que perfazem mais de 10 mil colaboradores, quase um terço da população. Nós ampliamos a participação na Aevi, antes limitada ao dono, sócios, ou principal executivo. Hoje nós temos os compradores, os RH, seguranças (patrimonial e trabalhista), pessoal da sustentabilidade e meio ambiente. Hoje, de 50 a 60 pessoas, passamos a trabalhar com 400 a 500 pessoas envolvidas com o nosso dia a dia. Por exemplo: o grupo de Compras se reúne a cada 15 dias aqui na sede da Aevi. São as principais lideranças capitaneadas por um empresário.
FN – Como criar valor para o associado e para o colaborador?
MS – Lançamos um plano para cada 1 real de colaborador valesse 1,20 real. Os colaboradores gastam principalmente em alimentação, saúde academia, educação. Qualquer coisa que se faça com o colaborador se faz também pela família dele. Começamos a trabalhar os fornecedores que foram certificados criteriosamente pela Aevi oferecendo diversos produtos aos colaboradores. Nesse processo de trazer fornecedores para a certificação nasce a Aevi Educacional. Importante lembrar que para a certificação de fornecedores é levado em consideração a qualidade e o real valor de desconto. Hoje temos como fornecedores a Anhanguera, Wizard, CNA, CCAA, descontos em três academias, hotel, posto de gasolina cesta de natal, o processo vai se ampliando cada vez mais.
FN – Mas não fica um tanto pulverizado o acesso a esses locais?
MS – Estamos trabalhando em uma Central de Compras para a cidade, para quem é associado e não associado. E o primeiro nicho a ser oferecido é não produtivo, material de escritório, limpeza, manutenção, segurança (EPIs). E nada do que a gente faz é para o associado, mas para qualquer empresa da cidade. O associado não paga nada. Quem não é associado paga uma pequena taxa em torno de 50 reais para as despesas com o coffebreak. Porque a Aevi não tem dinheiro, mas recursos, que são acionados dependendo das necessidades. Nós somos uma associação sem fins lucrativos, no final do ano não deve sobrar nada, se sobrar é usado nas ações da entidade. E todos nós da diretoria somos voluntários, sem remuneração.
FN – E o diálogo da Aevi com a população, como é feito?
MS – Bem, nós estamos ampliando a representatividade da Aevi nos diversos conselhos da cidade. Temos acesso imediato ao poder publico, com os celulares dos principais colaboradores (prefeito, secretários e assessores). Mas não pedimos nada ao poder público, nada, ao contrário, nós oferecemos ajuda, e claro, levamos as nossas críticas e sugestões. Cobramos para que resolvam os problemas apresentados. Isso tem funcionado bem, exceto nos últimos meses porque o momento que o governo municipal está passando, tendo problemas com seu próprio umbigo que não consegue administrar bem outras questões. Mas eles voltaram a acenar para nós, querem aparecer para conversar, e vamos organizar essa conversa junto com a diretoria.
FN – Como os empresários estão vendo esse momento por que passa a Administração Municipal?
MS – Para a maioria dos empresários o descrédito é muito grande, por mais que falem o contrário. Muito pelo histórico do atual grupo gestor. Mas queremos o esgotamento sanitário, as duas rotatórias, a sinalização da 2ª entrada do Distrito, a iluminação da cidade, a sinalização, a acessibilidade, em tudo isso estão atrasados em anos, e isso está gerando prejuízos e desemprego, sem esgotamento a empresa gasta de 6 a 80 mil reais por mês, e este custo é jogado fora mensalmente, por outro lado, só de licenciamento as empresas arcam de 3,5 a 8 milhões de reais. É um custo associado à estada na cidade e não tem como repassar. Isso gera mais prejuízos e insatisfação. As leis de incentivos fiscais são inócuas, sem o menor efeito. Alguns incentivos foram extintos depois que as empresas chegaram à cidade. É um problema recorrente, que prejudica o progresso sustentável, a motivação de empresários e investidores. O incetivo fiscal tem que ser real!
FN – Então, qual a sua opinião sobre VINHEDO?
MS – Sou um feliz e orgulhoso cidadão de VINHEDO, mas penso que meu filho vai ter que estudar fora daqui.. Para mim é a melhor cidade do Brasil para se morar. Mas tem mazelas. E o que eu poderia fazer? É por isso que dôo parte do meu tempo para ajudar, porque para mim o caminho partidário não é o caminho ideal. É preciso melhorar os custos das empresas, melhorar a educação profissional, as questões da sustentabilidade e segurança, o desenvolvimento de startups no município, são agendas que podem ser resolvidas porque VINHEDO tem recursos de alta qualidade intelectual, nesse aspecto é um oásis no país, VINHEDO é muito rica em gente, mas falta mão de obra por causa dessa crise, porque empresário se retrai e nós importamos mão de obra. Precisamos melhorar a qualificação profissional dos colaboradores das empresas na cidade.
FN- Como reduzir custos de maneira independente da crise econômica e política?
MS– Na gestão da energia elétrica, por exemplo, quanto à redução de custos em energia, tem coisas importantes de custos irrelevantes, a energia fotovoltaica é a nossa principal vocação, a eólica não é inviável, mas o principal vetor é a fotovoltaica. O impacto da energia elétrica é maior nas indústrias, mas é a gestão que deve mudar para a fotovoltaica. Porque é um projeto de investimento que retorna mais rápido quanto mais baixa for a taxa de juros. Eu gostaria que um associado da Aevi gastasse menos de 20% do que é gasto atualmente. Mas pode chegar a 40%. Tem empresas que conseguem até 70%. E tem empresas que chegam a pagar até 600 mil reais por mês em energia elétrica, perfazendo uma média de 300 mil reais, que é muito para ser desperdiçado, mas eu só posso mostrar que a fotovoltaica é viável, dar acesso, estudar, ajudar na negociação, isto é o que nós da Aevi podemos fazer dentro de muitos outros projetos de sustentabilidade e desenvolvimento. Convido a todos os empresários de VINHEDO que participem conosco desta empreitada.
