VINHEDO: ‘AFETO’ apoia crianças e adolescentes em risco social

No dia 14 de julho de 2003, em uma modesta casa alugada na Rua São Paulo, 82, Bairro de Nova VINHEDO, foi inaugurada em VINHEDO, a Associação Filantrópica Esperança para Todos (AFETO), antigo sonho da vinhedense Ivaneide Carvalho que a princípio montou uma espécie de creche onde as crianças ficassem em segurança enquanto os pais estavam no trabalho. Esse serviço foi iniciado na casa da Ivaneide que, devido à crescente demanda, teve que alugar a casa onde a entidade funciona até hoje, atendendo cerca de 60 crianças e adolescentes em situação de risco social.
A FOLHA NOTÍCIAS esteve na AFETO conversando a coordenadora técnica, a psicóloga Mary Helen, que explicou sobre o funcionamento da entidade que faz parte da FEAVIN, Federação das Entidades Assistenciais de VINHEDO. “No início a AFETO trabalhava apenas com crianças, sem que necessariamente estivesse em situação de risco, era um lugar seguro onde os pais pudessem deixar os filhos para irem trabalhar. Agora estamos trabalhando com crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, que estejam sofrendo agressões, assédios sexuais e morais, negligência quanto à saúde e à higiene, abuso sexual, quer dizer, que estejam vivendo em situação de risco”, explica Mary Helen.
Na contramão dessa violência nós trabalhamos com alunos da rede pública no turno oposto ministrando diversas oficinas como Capoeira, Karatê, Aikido, Vivendo Valores, Dança de Rua, Culinária, Horta, Brinquedoteca, Ecobrinquedoteca e Informática. Na Ecobrinquedoteca os alunos constroem os seus brinquedos a partir de material reciclável. Os monitores de Capoeira, Karatê e Aikido são voluntários, mas alinhados com nossos princípios, valores e objetivos”, observa Mary.
Para manter a entidade funcionando a contento, embora a precariedade da sede já não comporte a demanda atual, além dos voluntários, trabalham de forma remunerada, em regime de CLT, nove funcionários, a coordenadora, uma pedagoga, um auxiliar administrativo, uma cozinheira, uma pessoa encarregada de serviços gerais e quatro educadoras.
Iniciei o meu trabalho na AFETO como captadora de recursos. Nessa época eu trabalhava de forma remunerada no hospital Galileo, em VALINHOS, mas quando a Ivaneide se afastou eu pude assumir a coordenação técnica e também a função de captar recursos, sem os quais a entidade não se manteria. Para isso ainda são utilizados diversas ações, desde rifas, festas, e eventos para levantar recursos necessários à entidade porque 70% dos custos são bancados por um convênio com a Prefeitura Municipal de VINHEDO. Os 30% nós completamos através desses eventos ou doações”, esclarece Mary Helen.
Mas a coordenadora da AFETO esbanja alegria quando fala da promessa feita pelo prefeito Jaime Cruz de ceder um terreno por concessão de uso para a entidade construir a sua sede própria, já que funciona em uma casa alugada muito precária pagando o aluguel mensal de R$ 2.200 mil e, segundo Mary, sob constantes pedidos de entrega do imóvel feitos pelo proprietário. Inclusive já foi feita uma visita ao terreno que fica no Bairro João XXIII, próximo ao LarCAB. “Só temos a comemorar com essa promessa do prefeito Jaime Cruz, com a criação da FEAVIN, importante para a realização de um trabalho integrado em parceria com as entidades, e com a eleição, que ocorre de 3 em 3 anos, de uma nova diretoria que tem uma característica bem ativa, de correr atrás dos objetivos. O atual presidente, Roberto Beltran, conhece muito o trabalho da AFETO, e desde março vem atuando no sentido de ampliar as nossas atividades”, comemora a coordenadora Mary Helen.

A coordenadora Mary Helen

Sob a importância da FEAVIN, Mary Helen comenta que “quando se observa nos pais dos alunos problemas relacionados com álcool e drogas, trabalhamos em parceria com a entidade SOS. Se for de agressão e violência, encaminhamos ao CRAS ou ao CREAS, em casos especiais de alta complexidade. Nesses casos os pais são monitorados o tempo todo e poderão ser punidos com a perda da guarda da criança. Mas acreditamos na transformação de pais e crianças. Não acusamos ou criticamos, nós levamos informação aos pais, sempre trazemos pessoas para fazer uma palestra. Toda informação importante para a criança passamos também aos pais. Dialogamos com eles sempre para orientá-los, e sem expor os problemas que ocorrem na família.Todos os alunos da AFETO estudam e as conversas da entidade com a escola é constante, trocando informações sobre o dia a dia da criança”, contou a coordenadora, que se diz feliz por estar auxiliando famílias a se ‘reconstruírem’.

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