VINHEDO: Cidade faz história e pode afastar Dilma Roussef da presidência

Marcha para Brasília
Não é à toa que o ‘mensaleiro’ José Dirceu, ex-poderoso ministro da Casa Civil do primeiro governo Lula do PT (Partido dos Trabalhadores), possui uma bela mansão no luxuoso condomínio Santa Fé, em VINHEDO, e que o criador do Movimento Brasil Livre (MBL), o microempresário Renan Santos, e o coordenador jurídico do grupo, o advogado Rubens Nunes Filho, sejam também moradores de VINHEDO. Estes personagens ligados à cidade estão no centro do maior acontecimento político da história recente do país, que é o iminente afastamento de Dilma Roussef da presidência.
MARCHA PELA LIBERDADE
O ‘responsável’ pelo afastamento será o pedido formal de impeachment da presidente do Brasil, que acontecerá no dia 27 de maio com a chegada à Brasília da Marcha Pela Liberdade organizada pelo Movimento Brasil Livre, aliás, com toda documentação confeccionada e idealizada em VINHEDO. Com o pedido de impeachment sendo aceito pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, e após a votação pelo Congresso, (são necessários 342 votos) haverá o imediato afastamento da presidente do Brasil para que sejam iniciadas as investigações.
A Marcha Pela Liberdade foi iniciada em 24 de abril saindo da Praça Panamericana, em São Paulo, e percorrerá cerca de 1,1 mil quilômetros em 33 dias organizando eventos nas cidades por onde vai passar. A Marcha recebeu apoio de cinco partidos de oposição: PSDB, DEM, PPS, PSC e Solidariedade, e do grupo Acorda Brasil. Membros do MBL de vários estados como Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, fazem parte dos integrantes da marcha libertária. Além da entrega do pedido de impeachment, do encontro com lideranças em Brasília, os manifestantes pretendem encaminhar a pauta do movimento (veja abaixo o Manifesto da Marcha Pela Liberdade).
PODER DIMINUIDO
Mas ao chegar a Brasília, o grupo deverá receber apoio de caravanas de dezenas de outros estados e categorias como caminhoneiros. Segundo o vinhedense e criador do MBL, Renan Santos, “já são mais de 120 caravanas confirmadas. A marcha é o segundo passo do Movimento Brasil Livre depois das manifestações. Acreditamos que já conseguimos diminuir o poder da presidente, mas as grandes mudanças acontecem no centro do poder. Por isso estamos indo para lá”, disse Kim Kataguiri, outra liderança do grupo.
CONHEÇA O MBL
O Movimento Brasil Livre (MBL) é organizado por jovens que defendem o livre mercado e o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foi fundado em 2014. Diz contar com organizadores em 10 estados brasileiros. Um dos líderes do grupo é o advogado Rubens Nunes Filho, de 26 anos. Segundo Rubens Nunes Filho, “elementos não faltam para o impeachment, seja responsabilização por dolo ou por omissão (nos casos de corrupção na Petrobras)”. Ele diz não achar ideal o País ser governado pelo atual vice-presidente, Michel Temer (PMDB). Admite, porém, que o impeachment de Dilma poderia ser apenas um “primeiro passo” no sentido de mudar o Brasil.
Com relação aos demais grupos, Rubens Nunes aponta que há diferenças ideológicas e de pleitos entre os grupos e critica a opção adotada por quem defende a instauração de um governo militar no País. “Além de impraticável, é inconstitucional e atenta contra a democracia”, afirma.
ELO POLÍTICO
Por sua vez o microempresário Renan Santos reconhece que “já fizemos duas manifestações grandiosas, mas isso não gerou um elo político”. Estamos procurando apoio nesse sentido. O partido Solidariedade, por exemplo, informou já ter mais de 200 mil assinaturas só em São Paulo para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. E diz acreditar que até o final de maio terá recolhido um milhão de assinaturas, bem no momento em que a Marcha Pela Liberdade estará chegando a Brasília no dia 27. Com base em pareceres dos juristas Ives Gandra Martins e Sérgio Ferraz, o Solidariedade alega “crime de responsabilidade por improbidade administrativa”, e garante que “existe embasamento jurídico para a entrega do pedido de impeachment de Dilma Roussef”.