VINHEDO: Com ataques e vaias ‘Oposição’ prega ‘impeachment’ em sessão da Câmara

 

Márcio Melle enfrenta as vaias de sindicalistas,e eleitores de Paixão e PC

Sem noção de limite, sem ainda entender que o público da Câmara deve se limitar a ouvir e não que não pode gritar e vaiar os vereadores, por mais que se discorde do conteúdo de suas falas: Foi o que mais uma vez aconteceu durante a 32ª sessão ordinária, realizada segunda-feira, (9), na Câmara de VINHEDO. Com pequeno tumulto, os sindicalistas presentes, e eleitores fiéis de Rodrigo Paixão (Rede) e Edson PC (PDT) vaiavam ou falavam durante o discurso dos vereadores da situação, ou seja, da base do prefeito Jaime Cruz (PSDB).

Mas foi na fala do vereador Márcio Melle (PNN) que os protestos foram mais pesados. Márcio elogiava os feitos da Administração Jaime Cruz, quando a maioria da plateia, constituída de oposicionistas,  seguidores de Rodrigo Paixão (Rede) e Edson PC (PDT), começou a vaiar e até xingar Márcio Melle. Com os ânimos exaltados e evitando um debate entre o vereador e o público, o presidente Nil Ramos (PSDB) teve que suspender a sessão por 10 minutos.

Público protestou bastante

DIÁLOGO DE VAIAS?
Enquanto as vaias da intolerância são dirigidas aos vereadores da base política do prefeito Jaime Cruz (PSDB), estranhamente, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de VINHEDO, Donizete Vicente Ribeiro, ocupou o microfone do espaço dos representantes para pedir à Prefeitura a ‘abertura do diálogo’ (?).
“Entendo que o diálogo é a melhor forma de tomarmos decisões, de chegar a um acordo benéfico para ambas as partes. A Prefeitura não pode ser um poder antagônico aos interesses da população e dos servidores, porém hoje vivemos um período de falta de diálogo. Tudo a Prefeitura decide por Decreto sem ao menos conversar com a população e com os servidores, o que gera conflitos que poderiam ser evitados. A falta de diálogo gera opressão e assédio aos servidores”. Mas como propor diálogo, se as vaias são a linguagem preferida dos sindicalistas, sindicalizados e funcionários públicos de “esquerda”. Seria um inusitado “diálogo de vaias?” Com qual propósito?

Presidente do Sindicato propõe diálogo, mas os sindicalistas usaram o grito e vaias na sessão

SOCIALISMO DESTRUTIVO
Foi então que o vereador Marcos Ferraz resolveu  lançar críticas ao regime político do socialismo citando os países onde ainda existe esse regime, e citou o caso do Brasil, onde a esquerda reunida no PT destruiu o país. Mas Marcos elogiou o trabalho dos sindicatos ao exigir que a legislação seja cumprida. “Não cabe ao poder público intervir nas empresas, isso é próprio do regime socialista no qual o estado intervem a todo instante, seja nas empresas como na vida dos indivíduos. Na democracia é o sindicato que representa o interesse dos trabalhadores”, referindo-se às possíveis demissões na Unilever, e à Moção de Repúdio à empresa e à Moção de Apelo ao prefeito para que interfira nas negociações entre patrões e empregados.

ESQUERDA PORNÔ?
Outro assunto que gerou amplo debate, o que prolongou de sobremaneira o tempo da sessão, que terminou bem perto da meia-noite, foi em torno da moção de repúdio de autoria do vereador Rubens Nunes (PMDB) ao Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), pela realização da performance ‘la Bête1, onde um coreógrafo deitado nu sobre um tablado com o órgão genital exposto contracena com uma criança que chega a tocar em partes do corpo do artísta acompanhada pela mãe, também artista, humilhando e ferindo a inocência infantil e sua integridade psicológica ao ser exposta a um conteúdo erotizado, impróprio, vexatório ferindo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Código Penal Brasileiro.
A moção gerou um intenso debate entre os que se posicionaram a favor da moção e a “esquerda pornô” que vaiou o autor da propositura. “Para mim isso é permissividade, e não arte, repudio totalmente esse tipo de arte. Falam em melhorar a saúde e concordam com esse tipo de doença”, questionou Rubens Nunes.

CONTROLE SOCIAL
Continuando os debates, o vereador Rodrigo Paixão defendeu  a ampliação da atividade legislativa. “Na verdade, a Câmara Municipal pode fazer pouca coisa, como dar nomes às ruas e fiscalizar o prefeito. Mas ao longo dos anos dispositivos foram alargando o campo de atuação da Câmara, permitindo até mesmo a aprovar leis efetivas que contribuam para a cidade. Queremos apenas ampliar o poder de fiscalização da população e da própria Câmara, aumentar o controle social de nossa cidade”, opinou o vereador, sendo intensamente aplaudido por seus fiéis seguidores.
Reforçando o discurso do seu parceiro de oposição e suposto mentor, o vereador Edson PC comentou sobre o seu projeto que trata da obrigatoriedade da disponibilização de informações sobre medicamentos distribuídos gratuitamente à população pelo SUS. “A matéria objetiva apenas ajudar as pessoas que dependem de medicamentos do SUS. Vários munícipes me ligam reclamando que não obtém respostas adequadas da Secretaria de Saúde ou mesmo das farmácias acerca da disponibilidade dos medicamentos, a previsão de chegada etc. A grande maioria tem de abrir Boletim de Ocorrência e até mesmo entrar na justiça para conseguir as informações”.

Edson PC ameaça o prefeito com impeachment

QUER IMPEACHMENT
Edson PC também ameaçou pedir o impeachment do prefeito Jaime Cruz por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal, que, segundo o vereador, o prefeito já extrapolou o limite máximo do uso de 54% do orçamento do município em  pagamento de funcionários, atingindo, segundo o vereador oposicionista, 54,9%. “Estou sim fazendo uma campanha para afastar de vez o prefeito Jaime Cruz, pois essa gestão não tem mais condições de governar VINHEDO. Vou fazer protesto nas ruas. Vou chamar o povo, os alunos sem transporte, e as pessoas que estão sofrendo com a saúde. Quero o impeachment do Jaime”, criticou Edson PC, mostrando um vídeo que fez para as redes sociais, chamando todos para o impeachment.

FLIVI OFICIAL
Ampliando o debate, foi possível aprovar por unanimidade várias matérias, como o projeto de Decreto Legislativo nº 107/2017, que concede o título de cidadão vinhedense a Renato Frederico Marcondes Machado Kaschel; os projetos de Lei nº 45 e 54, que instituem no município o Agosto Laranja e o Setembro verde, meses de conscientização sobre a esclerose múltipla e sobre a inclusão social da pessoa com deficiência, respectivamente; projeto de lei nº 50/2017, que cria o Fundo Municipal de Habitação de VINHEDO (FMHV); a abertura de crédito adicional suplementar (PL nº 55/2017); o projeto de Lei nº 56/2017, que institui no calendário oficial do município o desfile de moda do projeto Mulher Maravilha; e o projeto de Lei nº 59/2017, que também institui no calendário oficial da cidade a Festa Literária de VINHEDO (FLIVI), a ser realizada sempre na semana anterior a do dia 07 de setembro. Todos parabenizaram o idealizador Fabio Cuonno, da Livraria Nobel.

VIOLA NA CÂMARA
Mesmo tendo sido cruelmente vaiado pelos seguidores da oposição, o vereador Márcio Melle (PMN), presidente da Comissão de Saúde da Câmara, comentou sobre o seu pedido de esclarecimentos à Secretaria de Saúde acerca das mudanças no atendimento em saúde. “No dia 29 de setembro protocolei ofício solicitando a presença do secretário de Saúde a essa Casa de Leis para prestar as devidas informações aos vereadores sobre as mudanças no atendimento em saúde. Por algum motivo o secretário não pôde comparecer antes da data da transferência do pronto atendimento noturno do SUS à Santa Casa, porém ficou definido que o secretário Alexandre Viola comparecerá à Câmara no dia 11 de outubro, às 09 horas, para esclarecer dúvidas dos parlamentares”.
Já o vereador Edu Gelmi (PMDB), por sua vez, confirmou a vigência da liminar da Justiça Federal que obriga a Prefeitura a manter o atendimento noturno na UPA e no PA da Policlínica da Capela. “Médicos denunciaram o descumprimento da liminar da justiça, porém ela continua valendo, ou seja, a UPA deve seguir atendendo 24 horas, por mais que a Prefeitura insista em desrespeitar a Justiça Federal”. Edu ainda expôs que o orçamento de VINHEDO cresceu mais que a inflação nos últimos anos, e que  por isso não há o que falar sobre crise na economia da Prefeitura. “O problema é gestão das contas, pois há quase 20 anos VINHEDO tinha R$ 90 milhões em caixa, e se abriam ruas, construiam-se prédios, escolas, e a saúde andava bem. A cidade estava em franco crescimento. Hoje, com quase R$ 500 milhões em caixa, a Prefeitura está quebrada e não consegue fazer nada. Tem muita coisa errada aí”, afirmou.

TODOS DEFICIENTES
Sandro Rebecca preferiu tocar na valorização dos servidores profissionais e profissionais de ONGS e OSCIPS. “É importantíssimo valorizarmos esses profissionais, que com tanta maestria e dedicação, junto às famílias voluntárias, consegue realizar trabalhos como a 14ª Semana da Pessoa com Deficiência, celebrada no final de agosto. Os assuntos coletivos sempre são de grande importância”.

BOM SENSO
Sempre procurando levar bom senso aos opositores mais exaltados,  Paulinho Palmeira (PV) reforçou o pedido para substituição das lâmpadas dos postes da cidade. “Tenho insistido com o secretário de Serviços a melhoria na iluminação. Precisamos estabelecer um cronograma melhor para que possamos atender com urgência as regiões em que a qualidade da iluminação pública está prejudicada”.

LED NAS RUAS
A agora oposicionista, vereadora Ana Genezini (PMDB), aprovou um projeto de sua autoria que trata da obrigatoriedade do uso de luminária LED (diodo emissor de luz) na rede municipal de iluminação pública já existente e em novos loteamentos e empreendimentos imobiliários.

MALDADE
Encerrando a longa sessão, o presidente da Câmara, vereador Nil Ramos (PSDB), fez uma reflexão sobre a política local. “Algumas pessoas no passado eram contra os cargos de confiança no município, mas hoje são cargo de confiança em outra cidade, em gestões que redundaram em amplo fracasso e com herança de dívida de milhões para o sucessor, sem que se saiba onde foi parar tanto dinheiro, o que nos faz refletir sobre a política, que é jogo muitas vezes de momento, e que infelizmente em alguns casos é carregado de maldade. Só não muda de ideia quem não tem”.

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