VINHEDO: Fazenda Cachoeira: Vinhedo pode seguir exemplo de Jaguariúna

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Ao contrário de VINHEDO, a Prefeitura de Jaguariúna ignorou a politicagem e uniu forças para adquirir as casas-sede da Fazenda Florianópolis, berço histórico do município. Assim como a Fazenda Cachoeira, em VINHEDO, esse importante patrimônio histórico está situado bem próximo da região central da cidade e foi adquirido em contrapartida para a liberação de um empreendimento imobiliário no local. Fisicamente, as duas fazendas são bem parecidas em beleza e biodiversidade, ambas com o mesmo valor histórico e cultural para os seus municípios. Mas as semelhanças param por aí. Enquanto em Jaguariúna os setores da sociedade, Executivo, Legislativo, Judiciário e população, se uniram para manter o valioso patrimônio nas mãos da comunidade, em VINHEDO ocorreu o contrário, com os setores se degladiando para ver quem é o ‘dono da verdade’ e deixando o interesse do povo em última instância.
INTRANSIGÊNCIA
Realmente, em VINHEDO, por intransigência da ‘oposição política’, perde-se a oportunidade de fazer o mesmo que foi feito em Jaguariúna, depois da retirada do projeto da empresa proprietária de doar ao município cerca de 800 mil metros quadrados de terras, praticamente a metade da área total da Fazenda Cachoeira, incluindo também a casa-sede, o entorno do conjunto arquitetônico, a área institucional e o compromisso de preservar os mananciais existentes no local, o que garantiria o abastecimento de água pura em VINHEDO pelas próximas gerações. Apesar da retirada da proposta, os proprietários mantêm a casa-sede, agora transformada em Museu, à disposição da cidade, mesmo com os ataques da oposição contra a utilização do museu pela comunidade vinhedense.
DESCONHECIMENTO
Para alguns ambientalistas de VINHEDO, ninguém ficou satisfeito com a retirada da proposta, única chance real da população conseguir ficar com a metade da Fazenda Cachoeira sem custo algum, nem financeiro, nem ambiental, nem social, mas com ganhos positivos para todos. Porque a retirada da proposta de doação de quase a metade da Fazenda Cachoeira por parte dos empresários acontece em razão do desconhecimento de setores da oposição sobre a realidade da fazenda e por colocarem sua sede por votos acima do interesse da população que agora se vê privada de também gozar de uma área fantástica do ponto de vista ecológico, histórico, turístico, cultural e social, que poderia se transformar em um Parque Ecológico de verdade, preservando o meio ambiente e garantindo a sustentabilidade através de um projeto de intervenção imobiliária ecologicamente planejado. Em vez disso, a oposição vendeu a falsa idéia de um Parque Ecológico, sem apresentar as fontes para a obtenção dos recursos necessários para a aquisição da Fazenda Cachoeira, demonstrando que apenas joga com a boa-fé e a falta de informações sobre o assunto.
ENGESSADA
Como a Prefeitura Municipal se viu ‘engessada’ entre a impossibilidade de adquirir o imóvel, berço histórico de VINHEDO, por falta de caixa, e a campanha ostensiva da oposição ‘demonizando’ qualquer possibilidade de realização de empreendimento imobiliário na área da fazenda que, em tese, contou com o apoio do Ministério Público e da Câmara de Vereadores, a despeito de esta última ter criado a extinta Comissão de Assuntos Relevantes para a Fazenda Cachoeira, que foi presidida pelo vereador Edu Gelmi (PMDB), mas mesmo assim não foi possível ser encontrada uma resposta honesta e factível ao proposto pelos empresários, que diante de tantos ataques descabidos e irresponsáveis, resolveram retirar a proposta de doação ao povo de VINHEDO de parcela significativa da área da fazenda.
EXEMPLO
Segundo Edu Gelmi, esperava-se que houvesse um consenso. “A Fazenda Cachoeira é um lugar maravilhoso, de valor sentimental e histórico no município. Existem interesses particulares e a necessidade da preservação do mesmo. Ainda acreditamos que seja possível unir as propostas apresentadas com sustentabilidade ambiental”.
Do mesmo modo, diante de tantas divisões motivadas por interesses diversos, menos o da população vinhedense, ficou quase impossível para o prefeito Jaime Cruz conseguir a união de forças necessária para que se desse o mesmo ou algo parecido com o exemplo de Jaguariúna, onde o prefeito Tarcísio Chiavegato (PTB) chamou para si a decisão de resgatar a memória da cidade em troca da liberação de um condomínio fechado com 500 lotes de 350 metros quadrados cada, sob a condição de proteger e preservar áreas de proteção ambiental (APA) e áreas de proteção permanente (APP), incluindo lagos e parte de mata ainda intocada pela exploração imobiliária.
Por outro lado, na época da apresentação da proposta, o prefeito Jaime Cruz comentou que “a decisão sobre a proposta apresentada não será uma decisão unilateral da Prefeitura. Já determino que este processo deva ser consultado e avaliado pelo Condema, pelo Conselho Municipal de Política Urbana (CMPU), pelo Legislativo, pela população, via Audiência Pública, Promotoria, enfim, para que todos se manifestem formalmente e legalmente neste processo, e não através de ações paralelas”.
PRESERVAÇÃO
Já Vittório Gilberto Zottino, presidente do Comdema, sobre a retirada da proposta apresentada, disse que “a preocupação do Conselho é com a preservação total dos mananciais, bem como a realização dos estudos para uma ocupação inteligente do local, de forma a não causar prejuízos ao município”.
Agora, com a retirada da proposta, resta ao vinhedense aguardar que, com as mudanças que vão ocorrer quando o Plano Diretor da cidade, por iniciativa da Prefeitura, for reformulado, uma nova proposta possa ser apresentada, contando dessa vez com um maior conhecimento dos envolvidos nos diversos aspectos do problema para que uma solução efetiva, a exemplo do que aconteceu em Jaguariúna, possa então ser firmada, de modo a contemplar os interesses de todos e não apenas de uma minoria manipuladora, sectária e fanática.

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