VINHEDO: Greve na Unilever

Greve Unilever_cred Pedro Gaeta (3)

Além de paralisar desde quinta-feira, 28, às 14h, as áreas de produção e logística da Unilever, multinacional instalada em VINHEDO no Distrito Industrial, por causa da implantação do Programa de Demissão Voluntária (PDV) e da mudança do horário de trabalho que terá mais oito horas no dia de sábado sem a remuneração correspondente, os funcionários da empresa, apoiados pelo Sindicato dos Químicos, acusam a Unilever local, considerada a mais rentável do grupo, de maus tratos e cárcere privado por obrigar funcionário a trabalhar turnos seguidos para cobrir a falta de quem aderiu à greve.

LUCRO DE BILHÕES
Mas o motivo principal da paralisação na Unilever é a demissão de 35 funcionários “sem justificativa, haja vista que a empresa está em um dos seus melhores momentos. Segundo o próprio presidente Fernando Fernandes em entrevista, a Unilever cresceu 12% no primeiro trimestre deste ano, com faturamento de 17 bilhões no ano passado, e tem no Brasil o segundo maior consumidor do mundo de seus produtos. Então porque essa ‘reestruturação’ injustificada?”, questiona Alessadro Ferrarezi, do Sindicato dos Químicos de VINHEDO.

PDV
“Os funcionários decretaram estado de greve na sexta-feira, 22, e na quarta-feira, 27, fizemos uma assembléia e a empresa apresentou o Programa de Demissão Voluntária (PDV), o que obrigou os funcionários a decidirem pela greve. E nós não vamos negociar demissões. Desde 2005, com a robotização da fábrica, são três operadores por turno, agora ela quer demitir para que a linha role com apenas dois operadores, um risco muito grande para o trabalhador porque qualquer falha humana é punida com demissão”, denuncia Alessandro.
MAUS TRATOS
O sindicalista também acusa a atual gerência de produção de maltratar os trabalhadores. “O gerente que está aí é intransigente, impõe, não respeita e faz ameaça. Outro aspecto negativo é que a empresa deixou os trabalhadores em férias sem receber o que lhe é devido, o que implica, por lei, de que sejam pagas em dobro e a empresa diz que não vai pagar. Se não pagar vamos entrar com uma Ação Coletiva. Quanto à jornada de trabalho, queremos de volta a folga semanal com uma hora para o almoço, o que possibilitava ao trabalhador ter certa vida social pois tinha três dias seguidos para se dedicar à família. A greve, que envolve cerca de 450 funcionários é por tempo indeterminado até que a empresa chame para negociar. Se ela recorrer à Justiça, vamos provar que a empresa está ótima, crescendo, e não tem motivo para fazer o que está fazendo com os trabalhadores”, avalia Alessandro.

OUTRO LADO
Através de sua assessoria de comunicação, a Unilever Brasil esclarece que “seguindo sua política de transparência e respeito, está em negociação com o Sindicato dos Químicos de VINHEDO para o fim da paralisação dos trabalhadores em sua fábrica localizada na cidade”. A companhia disse em nota, também, que a fábrica está passando por um processo de adequação no quadro de funcionários visando a simplificação das operações para gerar ganho de eficiência e produtividade. Por conta disso, a companhia está negociando as condições com o sindicato de implementação dessa adequação. Quanto a jornada de trabalho dos colaboradores das áreas de produção e manutenção,  a Unilever informa que a implementação está de acordo com a legislação trabalhista. “A Unilever reforça ainda que no Brasil, segundo maior mercado da empresa no mundo, cumpre com todas as leis aplicáveis no País”, esclareceu a assessoria da empresa.

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