VINHEDO: Hoje é Dia da Avó e da Padroeira Sant’Ana
Hoje, dia 26 de julho, é o Dia da Padroeira de VINHEDO: Sant’Ana. O símbolo maior dessa longa história da santa com a comunidade católica vinhedense é a Igreja Matriz, templo religioso imponente localizado no Centro, em frente à praça que leva o nome da padroeira, e de onde abençoa toda a cidade com o som de seus sinos. Também , tradicionalmente, para comemorar a data, há a Festa de Sant’Ana, que neste ano, teve que ser diferente, devido à Pandemia do Coronavírus. Durante o mês de julho a Paróquia fez celebrações on line e tríduos à santa pela internet, e optou por realizar a retirada dos deliciosos pastéis, lanches e do frango com polenta via drive-thru, ou seja, sem que o visitante saísse de seu carro. As encomendas eram feitas antes, para que todos pudessem curtir nos fins de semana. Hoje é o último dia das comemorações, que tem encerramento às 18h, com Missa Solene à Sant’Ana, presidida pelo arcebispo D.João Inácio Müller. A missa é transmitida pelo Facebook da Paróquia Sant’Ana de VINHEDO.
SANT’ANA
Santa Ana ou Sant’Ana é a mãe de Nossa Senhora e avó de Jesus. Sobre ela, porém, há poucos dados biográficos. As referências que chegaram até nós sobre os pais de Maria foram deixadas pelo Proto-Evangelho de Tiago, um livro escrito provavelmente no primeiro Século e que não faz parte dos Evangelhos Canônicos, ou seja, aqueles reconhecidos pela Igreja como oficiais. Porém, o Evangelho de Tiago é uma obra importante da antiguidade e citada em diversos escritos dos padres da Igreja Oriental, como Epifânio e Gregório de Nissa.
O nome “Ana” vem do hebraico “Hanna” e significa “graça”. Santa Ana era de família descendente do sacerdote Aarão. Ela era esposa de um santo: São Joaquim que, por sua vez, era descendente da família real de Davi. Nesse casamento estava composta a nobreza da qual Maria seria descendente e, posteriormente, Jesus.
Sant’Ana se casou jovem como toda moça em Israel naquele tempo. A tradição diz que São Joaquim era um homem de posses e bem situado na sociedade. Ambos viviam em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje está a Basílica de Santana. O casal se relacionava com pessoas de todo Israel, especialmente nas festas em Jerusalém.
A PARÓQUIA
Em 1948 o jovem padre campineiro Favorino Carlos Marrone foi destinado a prestar seus serviços como pároco na pequena vila de Rocinha. Este foi o começo de uma bela história: com o crescimento populacional e econômico do Distrito, começou a ser cogitada a emancipação, pois os moradores do local sentiam-se incomodados com o descaso do governo de Jundiaí e entendiam que poderiam “caminhar com as próprias pernas”. Em 24 de outubro do mesmo ano o movimento deu resultado e o padre foi um dos motivadores mais importantes do processo. O próprio sacerdote revelou que as reuniões aconteciam na sacristia da antiga igreja com os principais líderes da Rocinha. Em 2 de abril de 1949 a cidade elegia seu primeiro prefeito, Dr. Abrahão Aun, e sob a bênção de Favorino, a cidade recebia o nome de VINHEDO, em decorrência da grande produção de uvas e vinhos, o que conferiu à cidade o título de “terra da uva” posteriormente.
Ainda no mesmo ano, o padre iniciou a obra mais importante da cidade – a construção da nova Igreja Matriz. A obra terminou apenas em 1959, mobilizando praticamente todos os aproximadamente 7 mil habitantes da cidade, que contribuíram desde a doação do terreno até a edificação do telhado. Os mais antigos contam que, na época, o padre e seu amigo eram considerados insanos por projetarem uma igreja de proporções tão grandes, sem nenhum pilar de sustentação para a nave central e de arquitetura bastante moderna.
A ESTERELIDADE
Sant’Ana, porém, tinha um grave problema: era estéril. Não conseguia engravidar mesmo depois de anos de casada. Em Israel daquele tempo a esterilidade era sempre atribuída à mulher, por causa da falta de conhecimento. A mulher estéril era vista como amaldiçoada por Deus. Por isso, Santa Ana sofreu grandes humilhações. São Joaquim, por sua vez, era censurado pelos sacerdotes por não ter filhos. Tudo isso fazia com que o casal sofresse bastante.
Sant’Ana e São Joaquim, porém, eram pessoas de fé e confiavam em Deus, apesar de todo sofrimento que viviam. Assim, num dado momento da vida, São Joaquim resolveu retirar-se no deserto, para rezar e fazer penitência. Nessa ocasião, um anjo lhe apareceu e disse que suas orações tinham sido ouvidas.
Ao mesmo tempo o anjo apareceu também a Santa Ana confirmando que as orações do casal tinham sido ouvidas. Assim, pouco tempo depois que São Joaquim voltou para casa, Ana engravidou. Parece que através do sofrimento, Deus estava preparando aquele casal para gerar Maria, a virgem pura concebida sem pecado.
NASCIMENTO DE MARIA
Segundo a Tradição cristã, no dia 8 de setembro do ano 20 a. C., Sant’Ana deu à luz uma linda menina à qual o casal colocou o nome de Miriam, que em hebraico, significa “Senhora da Luz”. Na tradução para o latim ficou “Maria”. A vergonha tinha ficado para trás. E daquela que todos diziam ser estéril nasceu Nossa Senhora, a mãe do Salvador. Santa Ana e São Joaquim são de fundamental importância na História da Salvação. Não só pelo nascimento de Maria, mas também pela formação que deram à futura Mãe do Salvador.
DEVOÇÃO À SANT’ANA
A devoção a Santa Ana e São Joaquim é muito antiga no Oriente. Eles foram cultuados desde o começo do cristianismo. No século VI a devoção a eles já era enraizada entre os fiéis do Oriente. No Ocidente, o culto a Santana remonta ao século VIII. Em 710, as relíquias da avó de Jesus foram levadas de Israel para Constantinopla e, de lá, foram distribuídas para várias igrejas. A maior dessas relíquias ficou na igreja de Sant’Ana, em Durem, Alemanha.
No ano de 1584, o Papa Gregório XIII fixou a data da festa de Sant’Ana em 26 de Julho. Na década de 1960 o Papa Paulo VI juntou a esta data a comemoração de São Joaquim. Por isso, no dia 26 de julho comemora-se também o “Dia dos Avós”.
PADROEIRA DOS AVÓS
Sant’Ana é a padroeira dos avós. Mas também é invocada pelas mulheres que não conseguem engravidar. É também a padroeira da educação, tendo educado Nossa Senhora e influenciado profundamente na educação de Jesus. Sant’Ana, avó de Jesus. Ela sabe dar o carinho e atenção das avós. Ela conhece o aconchego que só as avós podem dar aos netos.
(Texto: Jorge Koboskchi – Redação FOLHANOTÍCIAS/Fonte: Paróquia SantAna/Imagens:Arquivo:FN/InêsGasparini)