VINHEDO: Hopi Hari frustra expectativas do público e não reabre em junho
Segundo a assessoria do parque Hopi Hari, em VINHEDO, o gigantesco empreendimento iria voltar a receber visitantes no início do mês de junho, mas julho começou e até agora nenhuma notícia veio para acalmar um pouco a grande expectativa do público pela volta do funcionamento do “país mais divertido do mundo”, como o Hopi Hari era conhecido.
CRÉDITO NÃO VEIO
Para efetivar a reabertura, o Hopi Hari dependia de uma linha de crédito supostamente obtida junto ao American Bank, entidade financeira com sede nos Estados Unidos. Antes disso o empreendimento tinha anunciado em meados de maio que as atividades do parque estavam suspensas por prazo indeterminado.
Mas, segundo os assessores do parque, com a obtenção do novo financiamento, a reabertura voltou a fazer parte dos planos dos gestores. Para tanto, de imediato, seria retomado o contrato com a empresa fornecedora de energia elétrica, que está cortada desde abril, efetivado a regularização da questão trabalhista dos funcionários e colaboradores, e viabilizado o plano de reativação das atrações em manutenção.
Para o novo presidente do Hopi Hari, José Luiz Abdalla, que assumiu o cargo em 5 de abril, “a confirmação do novo financiamento com o banco americano deixa a todos felizes, especialmente os quase 300 funcionários que nunca baixaram os braços e que terão seus postos de trabalho preservados”. Entretanto, o financiamento não aconteceu até agora.
CONTRA FALÊNCIA
No entanto, o parque ainda não precisou o dia exato da reabertura em junho, já que os investimentos mais significativos ocorrerão apenas depois da aprovação do aditivo ao plano de recuperação judicial apresentado aos credores e acatado pela Justiça no ano passado na tentativa de a empresa Hopi Hari se reorganizar para pagar as dívidas e evitar a falência.
Entre os principais problemas enfrentados pelo parque Hopi Hari que motivaram a redução excessiva de visitantes está o acidente de repercussão nacional e internacional que causou a morte de Gabriela Nichimura, adolescente que morava no Japão e passava férias no Brasil. Para um ex-gestor que trabalhou uma década no parque “tudo piorou depois disso”.
Por causa da morte de Gabriela, doze pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público à Justiça pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Três foram condenadas em janeiro deste ano e receberam penas de 2 anos e 8 meses de prisão revertida em prestação de serviços à comunidade e ao pagamento de um salário mínimo para entidade social. Cinco foram absolvidos, e quatro aguardam julgamento. O promotor do caso, Rogério Sanches, afirmou na ocasião que iria recorrer da absolvição de quatro funcionários, e alegou preocupação com a prescrição do processo. Entre outros quatro réus estão ex-diretores e o presidente do parque à época do acidente. Não há prazo para conclusão.
ACIDENTES GRAVES
Mas outros três casos tiveram repercussão nacional nos últimos dez anos. O primeiro foi em 2007, quando o jovem Arthur Wolf, de 15 anos, morreu após passar mal em um brinquedo que se chamava “Labirinto”. Na ocasião, o funcionamento ocorria com fumaça cenográfica no ambiente. O processo para cobrança de indenização por dano moral está concluso para sentença. No ano seguinte, veio à tona o caso do esquiador norte-americano Ryan Mitchel Bergeron. Ele perdeu o movimento das pernas ao bater a cabeça e fraturar a coluna durante um show de esqui aquáticopromovido por grupo especializado. A Justiça condenou o parque e uma empresa listada como empregadora nos autos ao pagamento de indenização por danos morais e materiais, mas houve recurso e o caso ainda tramita no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
REVISTA ÍNTIMA
Em 2012, o Hopi Hari foi condenado a pagar R$ 500 mil de indenização por danos morais coletivos após submeter trabalhadores à revista íntima, incluindo armários e outros pertences.