VINHEDO: Município é uma ‘ilha’ na geração de vagas na RMC
Enquanto o país atinge um recorde no total de desempregados (11,4 milhões), segundo dados do IBGE, a cidade de VINHEDO se mostra ‘blindada’ ante a crise desvastadora que atinge a quase totalidade dos municípios brasileiros. Na região Metropolitana de Campinas (RMC), as demissões chegam a 9.350 apenas nos cinco primeiros meses deste ano. No rol das 20 cidades que integram a região, apenas cinco estão no azul, com saldo positivo: VINHEDO lidera, com larga margem, totalizando 1.139 vagas geradas entre janeiro e maio deste ano. As que vêm em seguida não chegam nem perto desse resultado: Santa Bárbara d’Oeste, com 443 vagas; VALINHOS, com 249 vagas; Cosmópolis, com 88 oportunidades e Pedreira, com 6 postos de trabalho. O que será que acontece nas terras vinhedenses? Qual a receita para esse saldo positivo?
Uma olhada nos dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho dá uma ideia do agravamento da crise e o impacto no mercado de trabalho na RMC. A indústria foi o setor que mais demitiu de janeiro a maio deste ano, com 5.375 postos cortados. Na sequência vem o comércio, com 3.810 vagas suprimidas. O setor de serviços vem logo atrás, com 2.295 vagas a menos e a construção civil perdeu 966. Realmente, de deixar cabelos em pé.
Novas contratações apenas no setor público, com 469 oportunidades; agropecuária, 1.256, e outros menores, cuja soma atingiu 1.371 vagas. Aí a conta fica fácil: 12.446 vagas suprimidas e 3.096 novas contratações totalizam um saldo negativo de 9.350 na RMC.
Para os especialistas econômicos, a principal vantagem da Terra da Uva é a proximidade com o Aeroporto Internacional de Viracopos, que ajuda a alavancar investimentos por conta da ampliação do terminal aéreo. Existem também outros fatores que favorecem a empregabilidade, como os altos índices de qualidade de vida, como educação, saúde, serviços públicos, entre outros. O setor de serviços industriais, como água, telefone e energia elétrica, puxa a fila do emprego em VINHEDO, assim como a Administração pública, que juntos responderam pela geração de 1.121 vagas somente no 1º bimestre deste ano (janeiro e fevereiro de 2016).
Segundo a Prefeitura de VINHEDO, a geração de empregos na cidade é resultado do trabalho que a Administração vem realizando no município para atrair novas empresas. A localização estratégica no estado, próximo às rodovias Anhanguera e Bandeirantes e do Aeroporto Internacional de Viracopos, também são fatores que contribuem para a vinda de empresas para o município.
Também complementa este esforço o fato de, em março deste ano, ter sido lançada a nova Lei de Incentivos Fiscais, que engloba duas leis que equacionam os problemas da legislação anterior e estimulam a vinda de novas empresas com uma legislação adequada às bases legais. A nova legislação prevê, por exemplo, a concessão de benefícios para as empresas de logística instaladas na cidade. Pela nova lei, as empresas prestadoras de serviços de logística, mesmo aquelas já em funcionamento, que abrigarem em suas dependências outras empresas geradoras de valor adicionado para o município terão descontos nos tributos devidos, inclusive no ISSQN, IPTU e taxa de coleta de lixo, por um período de até quinze anos.
LOUVEIRA
Já LOUVEIRA registrou o pior resultado entre as cidades da região de Campinas, com 686 vagas a menos no mesmo período. Há três anos, o município oferecia o dobro da média de postos de trabalho verificados em outras localidades do país. Agora, proporcionalmente, é a que mais fechou vagas na região e a que menos recebeu novas empresas. Segundo especialistas em economia, os setores de serviços e logísticas começam a registrar o impacto das demissões que ocorreram no último ano. A Prefeitura de LOUVEIRA não quis comentar os índices de desemprego, o pior já registrado na história de LOUVEIRA.