VINHEDO: Oposição se retira de sessão extra e é chamada de “covarde” e “hipócrita”

Sessão durou mais de cinco horas. Vereadores de oposição se retiraram da Câmara no meio dos trabalhos

Tudo transcorria normalmente na ‘7ª sessão extraordinária’ na Câmara de VINHEDO, por volta das 9h da manhã, até que as discussões aumentaram e os intervalos também, fazendo com que os trabalhos se alongassem até à tarde de ontem, sexta-feira (15). Logo no início o presidente, vereador Nil Ramos, suspendeu a sessão por cerca de 45 minutos para debater com os pares o projeto de Lei Ordinária nº 77/2017 que ratifica o protocolo de intenções e autoriza o ingresso do Município de VINHEDO no ‘VIVA’ – Consórcio Intermunicipal de Saúde formado pelos municípios de VINHEDO, ITATIBA e VALINHOS. Para tanto foi nomeada uma comissão mista formada pelos vereadores Márcio Melle (PNN), Sandro Rebecca (PDT) e Marcos Ferraz (PSD) para exarar parecer sobre o propositura.
Ao término do trabalho, a comissão voltou ao plenário onde foi lido o parecer da mesma no qual não consta nenhum problema de ordem jurídica inconstitucional. E quanto ao mérito, seria apreciado pelos vereadores. Na discussão, a vereadora Ana Genezi (PMDB) comentou que a criação do consórcio é uma medida que deve ser utilizada não só na saúde, mas também na educação, segurança e assistência social, entre outros.

LEGALIDADE
O vereador Rodrigo Paixão (REDE) disse que votou contra na primeira discussão votação porque viu alguns problemas que foram parcialmente resolvidos. “O que quero é garantir a legalidade do consórcio. E o planejamento estratégico chegou agora, pouco antes da sessão ter início. O que vejo é a falta de diálogo persistente por parte da municipalidade”. Colocado em votação, o projeto foi aprovado por unanimidade.

OFÍCIO DA DISCÓRDIA
Também foi aprovado por unanimidade o projeto de Lei Ordinária nº 78/2017 que altera os artigos 1º, 3º e 17º e acrescenta o artigo 24-A à Lei Municipal nº 3.738, de 23 de dezembro de 2016. Mas quando foi lido o ofício 372/217 vindo do Poder Executivo Municipal pedindo a retirada dos projetos de Lei Complementar nº 13 e o de nº 14, ambos dispondo sobre desconto do IPTU para quem resolvesse pagar o imposto em parcela única, teve início a guerra explícita entre ‘situação’ e ‘oposição’. Colocado em votação, o ofício da Prefeitura foi acatado por 6 votos a favor e 5 contrários, de autoria dos vereadores Edu Gelmi (PMDB), Ana Genezini, Rodrigo Paixão, Sandro Rebecca e Edson PC, ambos do PDT.

REGIMENTO GARANTE
A oposição alegou que era um absurdo a Prefeitura de VINHEDO propor uma sessão extraordinária e no meio da discussão retirar dois projetos propostas por ela mesma. “Isso nunca aconteceu antes na história da Câmara. Retirar projeto no meio da sessão. É um absurdo”, disparou Edu Gelmi. “A Prefeitura falta com o respeito para a oposição e para a população. Por outro lado, o presidente Nil Ramos (PSDB) contrapôs argumentando que consta no Artigo 119 do Regimento Interno que em sessão extraordinária a propositura em pauta pode ser retirada caso exista um pedido para tanto. “Quero frisar que os projetos sequer entraram em discussão, portanto não haveria impedimento algum para a retirada dos mesmos. Tudo está dentro das normas desta Casa. E os vereadores de oposição tem que saber disso. Não adianta falar, atacar, sem antes se informarem”, disparou Nil contra Edson PC e Rodrigo Paixão.

DONO DA BOLA
O vereador Rodrigo Paixão, como de hábito, tratou de por mais lenha na fogueira: “Vou me retirar da sessão por entender que se trata de arbitrariedade inaceitável. Estou saindo!”, disse ao microfone, o vereador, que se retirou do plenário na sequência. Aproveitando a deixa, Edson PC seguiu o seu colega e mestre. “É uma vergonha. Também vou me retirar da sessão. Fui…”, afirmou PC, saindo em seguida. O também oposicionista Sandro Rebecca bradou que isso seria uma arbitrariedade da prefeita Claudinéia Vendemiatti. “Tudo isso é fruto da incompetência da atual Administração e a prefeita faz parte disso”, criticou, mas preferindo ficar na sessão. Contrário à retirada dos projetos, o vereador Edu também teceu comentários: “Por não aguentar mais aumento de imposto eu não tenho como ficar aqui e apoiar esta discussão”, reiterou o oposicionista Edu Gelmi, que alegou problemas de agenda e também se retirou da sessão.

COVARDIA E MENTIRA
Foi então que o presidente Nil Ramos resolveu detonar os vereadores que se retiraram da sessão. “Como podem fazer isso? Se retirarem de maneira covarde e mentirosa. Saem da sala sem ouvir o outro lado, depois de fazerem graves acusações aos seus colegas de parlamento. Sair falando coisas que não sabem e ofendendo as pessoas. Mas vão responder por isso juridicamente. O vereador Edson PC é covarde e hipócrita, pois não sabe discutir projetos. Não tem conhecimento das Leis desta Casa. E na hora que é para debater, ele foge. Mas nem vou entrar no mérito da questão porque com eles (PC e Rodrigo) não tem como dialogar. Eles sempre acham que estão com a razão. Quero deixar claro o meu repúdio a estes vereadores, que desrespeitam os funcionários desta Câmara, que trabalham sério para que estes projetos e estas Leis sejam colocadas a cada sessão para votarmos. Por isso, nem compensa discutir com este tipo de pessoa, pois não tem consideração pelos colegas desta Casa e muito menos com os secretários. Não tem noção e nem conhecimento de causa. Ofendem a todos aqui. E ainda, vão para as redes sociais com informações falsas e isso que eles tem feito, é considerado crime”, desabafou o presidente Nil Ramos.
Buscando serenar os ânimos, o vereador Paulinho Palmeira (PV) argumentou que “nós da situação não concordamos com o aumento de imposto. Precisamos pensar no que é melhor para a população sem entrar nesse debate de oposição e situação, mas no que é melhor para o povo”.
Ao ser colocado em discussão o  projeto de Lei Ordinária 79/2017, que altera o inciso III e acrescenta o inciso IV ao artigo 1º da Lei Municipal nº 3.583, de 01 de outubro de 2013, que autoriza o Poder Executivo Municipal a celebrar convênio com as entidades jurídicas de natureza pública ou privada, prestadoras de serviços hospitalares de assistência à saúde dos usuários do SUS, no atendimento de média e alta complexidade, credenciadas e classificadas em chamamento público, a propositura sofreu comentários elogiosos da vereadora Ana Genezini, no estilo ‘mordeassopra’. “Quero parabenizar a Prefeitura por esse projeto que aumenta o percentual de repasses para a Santa Casa de VINHEDO”, disse Ana. Já o vereador Paulinho Palmeira também elogiou o projeto do Gabinete do Prefeito Jaime Cruz: “Esse aumento de serviços de média e alta complexidade é bom para a municipalidade e para a população em termos de recursos para a saúde. Sei que isso não vai mudar os problemas de saúde da cidade. Mas, se compararmos com outros municípios, estamos em um patamar mais elevado”. O vereador Marcos Ferraz também enalteceu o projeto de aumento de subvenção e serviços para a Santa Casa. E criticou os seus pares da oposição que abandonaram a sessão. “A oposição vive de discurso hipócrita e demagógico. Não dá mais para aguentar isso!”, finalizou.

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