VINHEDO: ‘Plano de Austeridade’ não agrada vereadores e funcionários públicos em tumultuada sessão
Com a Câmara cheia de sindicalistas e sindicalizados, e de alguns servidores da saúde, o vereador da oposição radical, Rodrigo Paixão (Rede) iniciou sua fala aproveitando o público presente para atacar o prefeito Jaime Cruz e insuflar mais ainda o clima de tensão entre alguns servidores e a Administração Municipal durante a 29ª Sessão Ordinária da Câmara, realizada na noite de segunda-feira (18). “O prefeito Jaime Cruz é o Barão de Münchhausen (Militar alemão que gostava de inventar mentiras) de VINHEDO por estar enganando o povo porque prometeu uma coisa, mas a realidade é outra, ele enganou a cidade”, enfatizou Paixão.
O vereador radical ainda questionou a suposta austeridade que o prefeito diz estar pondo em prática no município e mais uma vez detonou a gestão de Jaime Cruz. “Que austeridade é essa que gasta R$ 50 milhões a mais em um ano eleitoral, e depois vem com o papo furado que o município perdeu R$ 140 milhões? Isso não passa de má gestão”, sendo aplaudido pelos sindicalistas presentes.

Servidores protestaram com mordaças e nariz de palhaço
Também oposicionista, mas moderado, o vereador Edu Gelmi (PMDB) taxou de “Show de Horrores” o ‘5º Plano de Austeridade Cidadã’ proposto pelo prefeito de VINHEDO. “Não existe queda de arrecadação. O município deixou de crescer o esperado, mas não deixou de arrecadar. Sofremos com a má gestão e a falta de coragem do prefeito de fazer cortes necessários na Administração no período certo. Veio atrasado”, afirmou.
MUDANÇA DE REGIME
Outro assunto que gerou polêmica, tanto entre o público como nos vereadores foi o suposto envio à Câmara para ser votado de um projeto que que faz a alteração do regime do funcionalismo público de VINHEDO. Sobre o tema a vereadora Ana Genezini garantiu: “Não vou aprovar projeto que mude o regime da CLT para Estatutário se não tivermos acesso a todas as informações necessárias para que a mudança não prejudique os servidores”. Genezini comentou que existe muita dúvida, controversia, e precisa de muito estudo. “Se

Presidente Nil Ramos teve que suspender sessão por causa do intenso protesto
não for assim não vou aprovar”, reitera. O recente anúncio por parte da Prefeitura de redução do horário de atendimento da UPA e do pronto socorro da Policlínica da Capela, de 24 para 12 horas, foi duramente criticado pela vereadora Ana Genezini (PMDB). “Eu efetivamente não concordo com essa medida da Prefeitura de diminuir o horário de atendimento do Pronto Atendimento da Policlínica Capela e da UPA. A Policlínica já tem mais de 10 anos de funcionamento, e é o principal posto de saúde de toda a região da Capela. A distância da Capela à Santa Casa, que passará a ser a única unidade de saúde 24 horas de nossa cidade, gera a necessidade de oferecer transporte à população que precisará se deslocar“, criticou.
NARIZ DE PALHAÇO
Alguns servidores da Prefeitura de VINHEDO compareceram ao plenário utilizando nariz de palhaço e carregando cartazes expondo a série de medidas adotadas pela Administração Municipal. Entre as decisões da Prefeitura criticadas pelos servidores está o corte de férias, mesmo daqueles trabalhadores que já haviam agendado o benefício, e a vinculação do benefício do vale alimentação ao número de faltas justificadas (com atestado).
MAIS HONRARIAS
Por outro lado, na Ordem do Dia foram aprovados, englobadamente, 96 projetos de Decreto Legislativo. Tais projetos concedem título e honrarias a personalidades que de uma forma ou outra contribuíram ou ainda contribuem para o desenvolvimento da cidade e comunidade vinhedense. As pessoas agraciadas com as honrarias participarão da 1ª Sessão Solene da 17ª Legislatura, prevista para o dia 29 de novembro. Na oportunidade serão entregues os diplomas e medalhas correspondentes a cada um dos títulos e honrarias concedidos pelos vereadores.
GASTRONOMIA
Além dos decretos legislativos, a Câmara aprovou por unanimidade o projeto de Lei Ordinária nº 40/ 2017, que institui no Calendário Oficial do Município de VINHEDO o Festival Turístico e Gastronômico, a ser realizado anualmente no mês de julho. O autor do projeto, vereador Paulinho Palmeira (PV) enfatizou que esse Festival já é um sucesso em VINHEDO. “Esse festival é realizado pela Associação Vinhedense dos Empresários de Turismo (AVETUR), cujos responsáveis estão presentes hoje na sessão, em parceria com a Secretaria de Cultura. Nossa cidade é privilegiada quando falamos em associações, pois elas sempre promovem grandes eventos que atraem recursos e pessoas à nossa cidade. Instituir a data no Calendário Oficial garantirá a continuidade desse importante evento em nossa cidade”.
FALTA DE ÁGUA
Já na fase da explicação pessoal o vereador Rodrigo Paíxão comentou sobre a falta de água no município. “Os bairros altos de nosso município estão há vários dias sem água, o que demonstram aquilo que já vínhamos falando há tempos, que VINHEDO está em um processo de inchaço urbano, ou seja, temos uma infraestrutura municipal que não comporta o número de habitantes da cidade. Faço um alerta e reitero ao governo municipal a necessidade de tomar medidas preventivas a fim de evitar problemas maiores com a falta de água em nossa cidade”.
LOUVEIRA POLUI?
Edson PC (PDT) denunciou o despejo de água poluída para ETA Capivari. “A água poluída tem chegado na ETA pelo próprio rio, e tendo origem em LOUVEIRA, e pode ser um dos motivos da recente falta de água, uma vez que o ponto de captação do Rio Capivari está muito poluído, o que afeta demais o abastecimento”.
LEGADO
Carlos Florentino (PV) reforçou seu apoio a causa dos servidores. “Ainda sou um servidor na ativa, e quero muito lutar para deixar um legado, pois quando os servidores ganham eu ganho, e quando perdem eu perco. Quando descer a proposta para mudança do regime celetista para estatutário avaliaremos com muito cuidado o projeto, para que em VINHEDO a mudança do sistema celetista para o estatutário seja bom de fato, como existe em poucas cidades”.
FALTA VERDADE
Mais moderado, o oposicionista Sandro Rebecca (PDT) comentou sobre o pronunciamento do prefeito acerca da perda de arrecadação e aproveitou para cutucar Jaime Cruz que para Rebecca falta com a verdade. “Preciso entender porque VINHEDO deixou de arrecadar R$ 180 milhões, pois pela análise dos orçamentos de ano a ano não bate essa conta, já que em 2016 tivemos uma arrecadação superior a R$ 390 milhões, depois de 2015 registrar uma perda de R$ 30 milhões se comparado a 2014. É preciso contar a verdade à população”.