VINHEDO: Sindicato faz pronunciamento sobre demissões de garis da empresa Litucera
A paralisação de algumas horas feita por um grupo de trabalhadores da empresa Litucera em VINHEDO, no último dia 16, foi “precipitada e confusa”, na visão da advogada Lígia Cristina de Jesus, que defende os interesses do Sindicato dos Empregados e Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação (Limpeza Urbana, Limpeza Ambiental e Áreas Verdes) do Município de Jundiaí e Região, o Sinditerceirizados.
A representante legal da entidade fez questão de ressaltar que orientou os colaboradores da Litucera demitidos e aproveitou para esclarecer alguns pontos da matéria do jornal FOLHA NOTÍCIAS publicada na mesma data da paralisação dos trabalhadores. Cerca de 20 deles foram demitidos, mas Lígia ainda não sabe se a dispensa ocorreu por ‘justa causa’, como alegam os colaboradores. Parte deles reclamou da falta de apoio do Sindicato, tanto no momento das demissões, quanto na orientação com advogados depois do ocorrido.
“Eu ainda não recebi o termo de rescisão de contrato de trabalho dos que foram liberados. A empresa tem até esta sexta-feira (26) para pagar os valores referentes ao desligamento dos profissionais, ou seja, 10 dias corridos a partir do fim do vínculo trabalhista. Se houver a ‘justa causa’ mesmo, ela será ilegal, pois a manifestação foi por algumas horas”, emendou a advogada, que reforçou: “A orientação do Sindicato foi para que eles não fizessem a paralisação naquele instante”, salienta.
A representante do Sindicato contou ainda que os colaboradores nunca deixaram de ser orientados e seguem amparados pelo Sinditerceirizados. “A manifestação foi iniciada por coletores de lixo e outros prestadores de serviço com a negociação salarial entre a empresa e o Sindicato em andamento. Fomos à Litucera pela primeira vez no dia 13 de fevereiro, quando apresentamos a pauta de reivindicações”, afirmou. “Além de VINHEDO, representamos trabalhadores de VÁRZEA PAULISTA, JUNDIAÍ, LOUVEIRA e de outras cidades. Daí a demora para que as partes, no caso os trabalhadores de todos os municípios e a empresa, chegassem a um entendimento, que ainda não ocorreu”.
A advogada sindical também disse que a Litucera ofereceu um reajuste salarial de 1,5%, número que desagradou a todos. “A partir do dia 1º de abril, fomos ouvir os colaboradores de todas as cidades e a greve poderia ser deflagrada, de forma legal, com a rejeição da oferta por parte dos trabalhadores. Os de VINHEDO, então, resolveram fazer a paralisação no dia 16, de maneira precipitada, confusa e sem amparo da lei. Não aguardaram o Sindicato receber a posição da empresa quanto à proposta de aumento salarial. Não houve o fechamento de um acordo coletivo, por isso o Sinditerceirizados aconselhou os grevistas a retornar ao trabalho, o que aconteceu no mesmo dia”, ponderou a representante legal do Sinditerceirizados.
A advogada Lígia Cristina de Jesus finalizou dizendo que o acompanhamento jurídico dos trabalhadores da Litucera continua. Ou melhor, nunca deixou de ser prestado. “Se os dispensados foram mesmo desligados por ‘justa causa’, acionaremos a Justiça para reverter esta situação. Não temos poder de interferir na decisão da empresa. Ela e os colaboradores possuem uma relação empregador-empregado. O sindicato dá o suporte jurídico e todas as nossas reuniões com os trabalhadores foram fotografadas e gravadas”.
EM PRIMEIRO LUGAR
O Sinditerceirizados reforça que, desde o início das negociações, vem colocando os interesses da categoria em primeiro lugar, bem como mantém contato constante com os trabalhadores, visando buscar melhorias para eles.
(PAULO BEHR FERRO, repórter especial para o jornal FOLHA NOTÍCIAS)