VINHEDO: Vereador não comparece e aumenta a tensão em torno de CPI na Câmara
Alexandre Viola falta em mais uma sessão e mistério sobre a veracidade das ameaças continua
O presidente da ‘CPI do Contrato’, a famosa ‘CPI da Vereadora Marta Leão’ (PSD), vereador Alexandre Viola (PPS), que estava sendo ansiosamente esperado por todos os presentes à 73ª sessão ordinária da Câmara Municipal de VINHEDO realizada segunda-feira, 6, mais uma vez fez forfait (não compareceu).Na sessão anterior, Viola foi trucidado politicamente por vereadores da ‘oposição’ que o acusaram de ‘falsificar denúncias’ por causa de um documento recebido da Telefonica, onde foi relatado que os telefonemas de ameaça de morte ao vereador, e aos demais integrantes da CPI, vereadores Márcio Melle (PSB) e Nil Ramos (PROS), não foram localizados. Os opositores concluíram que os telefonemas nunca aconteceram, e por causa desse entendimento, em tese, equivocado, aproveitaram a ausência do colega para criticá-lo duramente.
VOTO DE CONFIANÇA
Diante da nova ausência do vereador Viola, a ‘oposição’, centralizada em Rodrigo Paixão e Valdir Barreto, preferiu ficar em silêncio na sessão, mas continuaram articulando, nos bastidores, o afastamento de Alexandre da presidência da CPI e da vice-presidência da Casa de Leis. A vereadora Marta Leão, num momento de serenidade, aproveitou para dizer que iria dar um voto de confiança ao colega Viola. “Eu ainda acredito nas pessoas, e vou dar um voto de confiança ao Viola, mesmo depois de tudo que tenho passado por aqui, com perseguições e calúnias. Seria uma injustiça acusá-lo sem direito à defesa”, afirmou Marta.
ELEIÇÕES EM PAUTA
Fora isso a sessão transcorreu de modo tranquilo no rescaldo do 1º turno das eleições, assunto que dominou praticamente a maioria das falas dos vereadores que aproveitaram para agradecer os votos recebidos por seus candidatos, alguns deles eleitos, o que muito pode contribuir para o aumento de verbas para o município através de emendas do deputados estaduais e federais.
O vereador Valdir Barreto (Psol) falou sobre lixo eleitoral. “O lixo eleitoral ainda persistiu. Em menor tamanho em relação às eleições passadas, mas ainda houve. Nosso entendimento é que houve a diminuição do lixo por dois motivos: pela pressão do ‘Comando da Madrugada’, formado por cidadãos que realmente percorreram algumas escolas durante a madrugada para fiscalizar e pelo compromisso de civilidade dos candidatos de VINHEDO em respeito à Lei. Estão de parabéns os candidatos de VINHEDO que se comprometeram com esta causa”, reconhece.
O presidente da Casa, vereador Rubens Nunes (PR) comentou o resultado das urnas. “Quero agradecer ao povo de VINHEDO que me recebeu com carinho e que representou na urna o nosso deputado Paulo Freire. Fico feliz quando percebo que outros vereadores como como Dario Pacheco, Paulinho Palmeira, Edu Gelmi e Nil Ramos apoiaram deputados que conseguiram se eleger, isso nos dá alegria, pois sabemos que teremos portas abertas para pleitearmos melhorias e investimentos para nossa cidade”, acredita.
APÁTICA
Pelo Psol o vereador Rodrigo Paixão também teceu comentários a respeito do processo eleitoral. “Nós vivemos a maior e mais apática eleição da história recente do Brasil. Desde 1989, quando tivemos o maior número de pessoas que não participaram diretamente do processo eleitoral, seja com abstenção, votos nulos e brancos, que não via tamanha falta de participação popular. Tivemos debates muito rasos, poucos sobre política econômica e a questão estratégica do Brasil, enfim, temas pelos quais a população foi às ruas em junho do ano passado, mas que nada valeram nesta eleição”, desabafou Rodrigo. Vale lembrar que o citado Comando da Madrugada é, em tese, formado por militantes do Psol.
MARINA SILVA
Dario Pacheco (PSDB) fez questão de ressaltar a proposta de sustentabilidade da candidata do PSB, Marina Silva. “Nestas eleições, houve um maior número de mulheres candidatas. Isso é muito bom, porque as mulheres precisam participar mais. Espero que um dia todos os cargos sejam ocupados meio a meio, numa distribuição mais igualitária entre os sexos. Está claro que o povo, especialmente os jovens, querem mudanças, mas não querem arriscar. Eu penso que quem tem proposta nova, tem que apresentar”, opina.
POLITICAGEM COM A FAZENDA CACHOEIRA
Sobre um abaixo assinado que o Psol está passando na cidade, supostamente em prol da Fazenda Cachoeira, quando, em tese, pode estar se aproveitando do tema para fazer politicagem, o vereador Paulinho Palmeira (PSB) fez questão de explicar que não é bem isso o que está acontecendo. “Nós assinamos o abaixo assinado porque todos querem que seja comprada a Fazenda Cachoeira. Mas, o nosso orçamento é preocupante, temos que batalhar para que melhore”, alerta.
Por seu lado, o vereador Edu Gelmi (PMDB) foi contundente com os militantes do abaixo-assinado cobrando mais seriedade nas discussões relativas à Fazenda Cachoeira. “Precisamos tratar dos assuntos com maior seriedade. Fico indignado por contestarem a Elo Ambiental que foi contratada para fazer um trabalho sério e para se ter uma noção mais exata do que é, e o que tem a Fazenda Cachoeira. A Comissão de Assuntos Relevantes da Câmara sugeriu para a Prefeitura que contratasse alguém de VINHEDO para fazer um ‘raio X’ da área, e a Elo Ambiental tem capacidade e responsabilidade para efetuar o levantamento da área. Não acho justo que contestem uma entidade que trabalha sério no município, afinal eles são vinhedenses, conhecem a área e podem dar um respaldo ao Poder Executivo, Legislativo e para a população vinhedense. Além do mais, só depois do levantamento com o que temos de mananciais, fauna e flora, é que passa a existir a possibilidade de se apresentar uma proposta concreta para o destino da Fazenda Cachoeira”, avalia Edu.
PLANO DIRETOR
A revisão do Plano Diretor foi o tema da vereadora Ana Genezini (PTB). “Eu vou emitir uma fala da resposta de um ofício que eu protocolei na Prefeitura, aos cuidados do nosso prefeito, no sentido de que faça uma análise, buscando a alteração de uma área, mais especificamente de uma zona do plano diretor no trecho compreendido no início da Avenida Geraldo Soares até encontrar a divisa do município de VALINHOS. Nós estamos pontuando uma situação, porém nós todos sabemos que o Plano Diretor aprovado em dezembro de 2006 e que efetivamente entrou em vigor em janeiro de 2007, precisa urgentemente de revisão em vários aspectos e em vários pontos. Eu acredito que seja um trabalho que a Prefeitura deve investir esforços para fazê-lo com a maior urgência possível, através da Comissão de Desenvolvimento Urbano criada especificamente para este fim de análise do Plano Diretor”. Ana também agradeceu os mais de 9 mil votos obtidos, mas indignou-se com os votos nulos e brancos, e com as abstenções, mostrando números. “Senti muito a ausência dos eleitores. Aumentou muito o número de abstenções em VINHEDO, além dos votos nulos e brancos. É preocupante. Outro fato que chama a atenção são os votos que candidatos de fora da cidade obtiveram. Falta conscientização política da população, pois vi muita gente pegando ‘santinho’ do chão sem saber em quem votar. E os candidatos de VINHEDO estavam preparados para atender os anseios dos eleitores daqui. É difícil de entender esta situação”.
NOVAS POLTRONAS
Novidade mesmo foi a instalação das novas e espaçosas poltronas do plenário adquiridas pela gestão de Rubens Nunes. Já não era sem tempo, porque as antigas foram instaladas no ano de 1997, na 12ª Legislatura, com capacidade para 66 lugares. A partir de agora serão 23 confortáveis longarinas de dois lugares e nove de três lugares, totalizando 73 novos assentos para o público, tornando mais confortável a vida do público que freqüenta a Câmara Municipal e facilitar o trabalho dos jornalistas. As poltronas antigas foram enviadas para a Prefeitura de VINHEDO para serem utilizadas na Secretaria de Educação.
NOTA DOS JORNALISTAS
A nota destoante da Câmara foi, possivelmente a título de exagerada economia, ter sido retirado do lanche dos jornalistas o suco de caixinha que foi substituído por um refrigerante de dois litros considerado nocivo à saúde. Um colega jornalista, que não quis se identificar com medo de perder a ‘boquinha’, comentou que “a economia na Câmara é digna de eleogios, mas retrocesso no lanchinho é inaceitável. A imprensa de VINHEDO merece um melhor tratamento”, protestou.