VINHEDO: Vereadora ‘detona’ Comissão Processante e PPA é aprovado em segunda votação

A vereadora Flávia Bitar (PDT), durante a sessão ordinária realizada na Câmara de VINHEDO na segunda-feira, 4, mais uma vez, foi de uma coragem e lucidez a toda prova. Ela praticamente ‘detonou’ a abertura de uma Comissão Processante solicitada pelo seu colega de partido Edson PC (PDT) que apresentou denúncia para abertura de Comissão Processante contra o prefeito Jaime Cruz alegando suposta irregularidade político-administrativa no contrato de locação de imóvel na Avenida Independência, firmado pela Prefeitura para instalação de nova sede da Polícia Militar em VINHEDO.
Avaliando a denúncia, a vereadora Flávia Bitar comentou que a oposição tem “exagerado na dose”. “Existe certa inversão de valores na história, uma vez que o que discutimos hoje foi apenas um pedido de investigação sem apresentação de provas contundentes. Por enquanto,como advogada, não vejo nada condenatório, e já temos uma CPI em andamento nessa Casa para investigação das contas públicas, o que engloba o caso do aluguel do prédio da PM”, afirmou a vereadora. E encarando o ex-lutador de MMA,  Edson PC, disparou: “Vereador, quando o senhor tiver uma denúncia séria, pode trazer que eu assino. Mas isso que o vereador Edson PC está fazendo é demagogia política, é exagero. Não tem o meu apoio. Depois que o senhor levou a denúncia para o Ministério Público, cabe ao MP investigar o caso, e não a Câmara, portanto, não cabe abertura de Comissão Processante, ainda mais com uma ‘CPI das Contas Públicas’ em andamento na Casa e que contempla o aluguel do imóvel para a PM. Além do mais, nós tivemos uma reunião com a bancada do nosso partido e o senhor aceitou uma proposta de trabalharmos juntos, mas no outro dia eu estava sofrendo vários ataques nas redes sociais. Demagogia política, vereador, eu não aceito. Isso não é companheirismo partidário!”, encarou Flávia Bitar, sendo muito aplaudida.

RESPOSTA E ATAQUES
Ao encaminhar a votação da denúncia de sua autoria, Edson PC explicou os motivos do pedido para abertura de Comissão Processante. “Não se trata de uma questão política, mas sim da necessidade de dar uma resposta à população. Mais de R$ 130 mil foram jogados no lixo com a manutenção do aluguel de um prédio que jamais foi utilizado. Já havia feito requerimento à Prefeitura questionando a justificativa para o aluguel e o convênio com o Estado para disponibilização do espaço para a PM, porém me responderam apresentando um convênio em relação a multas, nada a ver com o caso, ou seja, não havia qualquer convênio. Precisamos fazer nosso trabalho, fiscalizar as ações da Prefeitura”, argumentou.
O seu parceiro de oposição, vereador Rodrigo Paixão (REDE), atacou o passado do prefeito Jaime Cruz quando este era vereador. Rodrigo foi buscar no ‘fundo do baú’ as quatro comissões processantes existentes na história, todas assinadas também por Jaime Cruz, à época vereador. E deitou falação: “Essas comissões processantes apresentadas em nossa cidade tiveram a chancela do nosso atual prefeito que na época era vereador, portanto, antes de decidir meu voto fiz uma ponderação sobre a medida. A Comissão Processante é diferente da CPI, uma vez que só pode ser instituída quando temos a certeza de algo. No caso do aluguel dos prédio da PM temos a certeza de irregularidade, pois foi alugado um prédio sem objeto, já que a PM não assinou nada, nenhum convênio ou intenção de uso do espaço. Foram gastos à toa mais de R$ 130 mil em um cenário de suposta política de austeridade anunciada pela Prefeitura”, alfinetou

BOA VONTADE
Contrário à denúncia, o vereador e guarda municipal, Carlos Florentino (PV) enfatizou que: “todos sabemos da precariedade do prédio da PM, e, portanto, houve boa vontade da Prefeitura ao alugar um prédio para que servisse de nova sede para a instituição. Lembro-me da ansiedade dos policiais de mudar para a nova base, mas que dependiam da autorização do Batalhão em Campinas, o que nunca houve. A Prefeitura não pode ser responsabilizada por falhas do comando da PM de Campinas”.

SEGURANÇA PÚBLICA
Já o vereador Marcos Ferraz (PSB) ressaltou a importância do investimento em segurança pública no município. “É fundamental investir em segurança pública, e o aluguel de novo prédio para a PM é uma forma de investimento eficiente em segurança pública, uma vez que comporta maior número de soldados, aumentando o efetivo na cidade, há muito cobrado do Estado. O prédio foi escolhido em consenso com a própria PM, em respeito a um decreto de 98 ainda, portanto não há o que se questionar. Se existe um responsável pelo gasto desnecessário com aluguel é o próprio Estado, que não promoveu a mudança da PM para a nova sede”, afirmou.

DENÚNCIA ARQUIVADA
A denúncia foi arquivada por sete votos a quatro, sendo acolhida apenas por Ana Genezini (PMDB), Edu Gelmi (PMDB), Rodrigo Paixão e Sandro Rebecca (PDT). O presidente da Câmara, vereador Nil Ramos (PSDB), e o próprio autor da denúncia não votam. Sandro Rebecca comentou sua posição sobre a denúncia contra o prefeito. “Respeito a decisão democrática pelo arquivamento, porém não podemos esquecer que foram mais de R$ 130 mil jogados fora, e isso precisa ser assumido mesmo por aqueles que acreditam que isso não seja suficiente para abertura de uma comissão processante”, lembrou.

PPA APROVADO
Por outro lado, foi aprovado em segunda e definitiva discussão e votação o projeto de Lei nº 46/2017, que institui o Plano Plurianual do Município (PPA) para o período de 2018 a 2021. Novamente a propositura foi aprovada por oito votos a quatro, com cada vereador mantendo seu posicionamento no pleito original, promovido na 39ª Sessão.

NOVAS MORADIAS
O projeto de Lei Complementar nº 11;2017, que dispõe sobre a desafetação de imóvel para utilização por parte da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), a fim de construir novas moradias populares, foi aprovado por unanimidade e com emenda modificativa, também aprovada previamente na mesma sessão.
Também aprovado por unanimidade, o projeto de Lei nº 70/2017 altera disposições sobre o Conselho Municipal de Esportes.

CULTURA, TRADIÇÃO E HISTÓRIA
Mudando de assunto, cultura, tradição e história foram os assuntos trazidos pelo vereador Rui Nunes “Macaxeira” (PSB) ao abrir a fase da explicação social parabenizando a família Azzolin e o artista Adélio Sarro pela inauguração de estátua em homenagem ao patriarca da tradicional família vinhedense. “Foi uma tarde muito emocionante junto à família Azzolin e ao Adélio Sarro, oportunidade em que pude conhecer não só o trabalho desse grande artista como também a história de uma das famílias mais tradicionais de VINHEDO”.

EDUCAÇÃO E JORNALISMO
Educação foi o tema preferido pela vereadora Ana Genezini através de uma moção de aplausos aos alunos do 5º ano A e 5º ano B da Escola Municipal Dom Mathias, situada na Rua Juliana Von Zuben Degelo, 100, Jd Bela Vista, Bairro Capela. Os alunos produziram o tabloide (jornal) ‘A Gazeta RetrosQuintos’ 2017, sob a orientação dos professores Beatriz Maria Coleti e Vanilda Von Zuben, e que teve a participação vários professores da escola, entre os quais Rodrigo Mendes, Vinícius Augusto, Melissa Nakasake, tendo na direção da escola o professor Cléber Martins, a vice-diretora  Sara Von Zuben  e a coordenadora pedagógica Alexandra Gomes Guerra.

ACESSIBILIDADE
Paulinho Palmeira (PV) ressaltou a importância do Dia Nacional da Pessoa com Deficiência, celebrado nesse domingo, 03 de janeiro. “Temos sempre que ressaltar a importância desse dia, pois precisamos dedicar uma atenção especial à essas pessoas, em especial com adaptação dos espaços públicos, garantindo a acessibilidade a todos”.

GESTÃO DEMOCRÁTICA
O presidente da Câmara, vereador Nil Ramos, comentou sobre reunião com o secretário de Educação, Gilberto Lorenzon, para tratar de gestão democrática. “A gestão democrática surgiu em uma reunião promovida ainda esse ano no CEPROVI, em que foi debatido o Plano Municipal de Educação. Desde então a equipe tem se reunido a cada 15 dias para tratar da gestão democrática da educação em nosso município, ou seja, uma gestão em que a comunidade, cada escola, vota para escolher seu próprio diretor”, explicou o presidente da Câmara de VINHEDO, vereador Nil Ramos.

CURTO PRAZO
Edu Gelmi alertou quanto ao curto prazo para aprovação do Estatuto dos Servidores. “O prefeito enviou o projeto do estatuto em regime de urgência, ou seja, tendo de ser votado em 45 dias. Na próxima semana será nossa última sessão ordinária, e até o momento o projeto carece de pareceres das comissões, e a sua não votação tranca a pauta. Portanto, ou o processo terá de ser retirado ou será votado às pressas e com certeza reprovado, conforme já adiantaram os vereadores nesse microfone”.

Flávia Bitar, Márcio Melle e Paulinho Palmeira avaliam os erros da denúncia contra Jaime Cruz

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